Origem do Dia do Trabalhador está na luta por jornada menor

Os atos do 1º de Maio como o que conhecemos hoje surgiram da luta dos trabalhadores pela redução da jornada de trabalho.
No dia 1º de maio de 1886, milhares de operários realizaram manifestação em Chicago, a capital industrial dos Estados Unidos. O movimento foi violentamente reprimido pela polícia com dezenas de mortos, milhares de prisões e, depois, cinco enforcamentos.
O massacre marcou a data como dia de grandes manifestações para exigir a redução da jornada e outras reivindicações.
No embalo da luta mundial, a Confederação Operária Brasileira se reuniu em Congresso em 1906 e também adotou o 1º de Maio como um dia de luta pela redução da jornada.

Primeiras conquistas
Em 1917, a Revolução Russa redobrou os ânimos dos trabalhadores em todo o mundo. Aqui no Brasil, foram realizadas grandes manifestações.
Com essa mobilização, os patrões do comércio paulista reconheceram, em 1919, a jornada de oito horas e a semana de seis dias. Em 1925, os trabalhadores no comércio, indústria e bancos conquistam férias de 15 dias anuais.
As oito horas diárias de trabalho e a obrigatoriedade da carteira assinada vieram em 1930.
A luta é intensa e em 1931 foram conquistados a estabilidade no emprego e o sistema de pensões e aposentadorias. No ano seguinte, o trabalho feminino foi regulamentado.

Avanços
A pressão dos trabalhadores conquistou a criação, em 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho que determina salário mínimo, auxílio natalidade, salário família, licença gestante, descanso semanal remunerado e a estabilidade no emprego depois de dez anos de serviço.
O golpe militar em 1964 desmantelou a organização dos trabalhadores. A primeira reação após o golpe aconteceu no 1º de Maio de 1968, na Praça da Sé, quando os trabalhadores protestaram contra o governador Abreu Sodré, nomeado pela ditadura, que participava de um ato oficial.

Novo sindicalismo
Ainda na ditadura militar, a greve dos metalúrgicos na Scania, em 1978, empolgou o Brasil e estimulou os trabalhadores a retomarem suas reivindicações.
Dois anos depois, ato do 1º de Maio no Estádio da Vila Euclides reuniu 100 mil pessoas para pedir liberdade e autonomia sindicais,  democracia e reforma agrária.
As eleições diretas para presidente da República (até então proibidas pela ditadura) entraram na pauta do 1º de Maio de 1984, junto com uma nova política econômica.
Alguns dos mais importantes avanços para os trabalhadores foram conquistados em 1988, na nova Constituição.
Entre eles a redução da jornada semanal de trabalho de 48 para 44 horas.