Sociedade não pensa o negro nas ciências
A sociedade consegue pensar o negro na arte, no futebol e no carnaval, mas não nos espaços da razão, medicina, filosofia e tecnologia, por exemplo.
A afirmação do professor do curso de História da África, Deivison Nkosi, gerou debate entre os participantes do módulo na manhã de ontem no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede.
“O encontro teve como eixo mostrar que há uma ideia errada sobre o modo de pensar a África como parte da História”, disse Deivison. “Mostramos várias invenções e descobertas que a gente identifica e reconhece, mas não sabe que surgiu pelas mãos dos negros”, prosseguiu.
Para o CSE na Volks e membro da Comissão de Igualda de Racial do Sindicato, José Laelson de Oliveira, o Léo da Liga, o mais importante é refletir sobre a invisibilidade do negro em várias esferas na sociedade, e os Metalúrgicos do ABC fazem isso enquanto Sindicato Cidadão.
“Precisamos desmistificar estas informações e pensar que estes mitos não surgem à toa, mas no contexto de racismo, de uma necessidade em negar a capacidade do povo africano”, destacou o dirigente.
“E é curioso pensar que estes mitos permanecem. Estamos há mais de um século da abolição, mas a sociedade ainda tem dificuldade de citar um inventor negro que contribuiu para a história da humanidade”, concluiu Léo.
Participantes comentam a segunda aula do curso História da África
“O curso resgata quem também ajudou a construir o mundo, que são os povos negros, segregados também na História”.
Juliana Fernandes, educadora social e membro do Solano Trindade
“A mídia nunca deixou claro que muitos inventos e descobertas importantes para a história da humanidade foram de cientistas negros”.
Ananias Júnior, o Juninho, trabalhador na Dana Spicer
Anote na agenda
O próximo encontro acontece dia 30 de junho e discutirá ´As origens africanas do Brasil´ e ´Colonização e libertação africana´. Informações pelo 4128-4282, com Lúcia.
Da Redação