Da medula de César, a chance de vida a uma criança

Metalúrgico doa medula óssea

Depois de meses de expectativa, o operador de máquinas César Lova, que trabalha na Mercedes Benz, doou sua medula óssea para uma menina no último final de semana, em microcirurgia realizada no Hospital das Clínicas, em Curitiba (PR).

Raquel Camargo

César foi um dos 3.229 cadastrados durante campanha realizada no ano passado para encontrar um doador para o menino Breno, que sofre de aplasia muscular.

As primeiras análises mostraram que a medula de César era compatível com um dos pacientes. “Fui informado em março deste ano e fiquei muito feliz com a possibilidade de ajudar alguém sem olhar para quem”, lembrou ele, que tem 29 anos, é casado e tem dois filhos.

Depois disso, o metalúrgico fez novos exames, até que foi informado que o transplante seria mesmo realizado.

Ele viajou com a família para Curitiba e lá ficou internado três dias, em quarto junto com outro doador.

“A retirada da medula é um processo totalmente tranqüilo e não senti dor. Dois dias depois já estava trabalhando”, comentou.

A medula é um tecido líquido que fica no interior dos ossos, onde são produzidos os componentes do sangue como plaquetas e glóbulos brancos e vermelhos, que são retirados com uma punção.

Vida renovada
Sobre a pessoa beneficiada com o transplante da medula, César sabe apenas que é uma menina, que ele só vai conhecer depois do tempo de recuperação dela, dentro de três ou quatro meses. Até lá, os dois vão trocar cartas.

“Fiquei muito emocionado e me sinto uma pessoa renovada. Acredito que devemos amar o próximo como nós mesmos”, revelou. César fez um apelo para que as pessoas se cadastrem no Redome – Registro Nacional dos Doadores de Medula Óssea.

“A probabilidade de encontrar um doador compatível é de uma em 1 milhão.
Quanto mais doadores se cadastrarem, mais vidas serão salvas”, concluiu.