O caráter formativo da campanha salarial

Todas as atenções e preocupações da categoria estão especialmente voltadas ao desenrolar da campanha salarial. Metalúrgicos e metalúrgicas acompanham as negociações, realizam assembleias, partilham opiniões, expectativas, discutem estratégias de ação.

Além das questões objetivas, relacionadas às conquistas sociais e econômicas que buscamos
ampliar, é importante aproveitar o rico espaço de formação pessoal e coletivo que a campanha salarial pode e deve proporcionar.

Os representantes dos trabalhadores nas mesas de negociação trazem notícias das dificuldades, da intransigência dos patrões, principalmente em relação às cláusulas econômicas.

Nada de muito novo, dois grupos, distintos, lutando por seus interesses, como num jogo, onde a ação de um time interfere na estratégia do outro.

Vale a pena refletirmos sobre essa ação conjunta, em grupo.
Um famoso musical dos anos 70 (Os Saltimbancos) cantava, em plena ditadura militar, “todos juntos somos fortes, não há nada pra temer”.

Alguns teóricos dizem que os grupos se constituem na medida em que, na realização de tarefas, deixam de ser vários indivíduos, para cada um assumir-se enquanto participante, com objetivo mútuo, exercitando sua fala, sua opinião, seu silêncio, defendendo seus pontos de vista.

Para a educadora Madalena Freire a vida de um grupo tem vários sabores, são muitos os elementos que favorecem a interação entre seus integrantes, como, por exemplo, a disposição
individual de luta em busca de um bem comum.

É interessante pensar na constituição dos grupos!
É fundamental constatar que vida de grupo dá muito trabalho e muito prazer, pois não se constrói nada sozinho, tropeçamos a cada instante em nossos limites e nos limites do outro, na construção da vida, do conhecimento, da nossa história. Assim é a nossa campanha salarial.

Departamento de Formação