Solidariedade dos trabalhadores aos demitidos na Mercedes

O diretor Administrativo do Sindicato, Moisés Selerges, fala aos companheiros demitidos. Foto: Adonis Guerra

Cerca de 4 mil trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, que regressaram à fábrica nesta segunda, dia 5, manifestaram solidariedade aos 244 companheiros que não tiveram o lay off renovado e foram demitidos no final do ano passado.  

O apoio aconteceu durante assembleias realizadas nas entradas dos turnos da manhã e da tarde de ontem e foram um protesto contra a atitude unilateral da empresa.

“A demissão destes companheiros descumpre a cláusula do acordo que garante a renovação do lay off até 30 de abril deste ano”, lembrou o coordenador geral do CSE na Mercedes, Angelo Maximo de Oliveira Pinho, o Max.

Segundo o presidente da CUT-SP e trabalhador na Mercedes, Adi dos Santos Lima, a decisão da montadora criou um ambiente de desconfiança entre os trabalhadores.

“Se a empresa faz isso sem dialogar com o Sindicato e com a representação dos trabalhadores, como podemos garantir que ela não irá continuar demitindo?”, questionou Adi. 

Para o diretor Administrativo do Sindicato, Moisés Selerges, essa atitude arbitrária só poderá ser revertida com a unidade de todos os companheiros na fábrica.

“Nós sabemos como nos defender e nossa defesa sempre será feita de forma coletiva”, afirmou Moisés. “Ninguém se salvará sozinho”, completou.

O vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou que não são os Metalúrgicos do ABC que estão descumprindo o acordo no que diz respeito ao lay off.

“Aguardamos que a Mercedes retome o diálogo que conquistamos ao longo destes 30 anos da representação dos trabalhadores e que não haja retrocessos”, disse.

“O Sindicato está empenhado em garantir a manutenção do acordo, em todas as circunstâncias”, concluiu Aroaldo.