Cadillac começa renovação para se tornar global e se aproxima do Brasil

O desempenho positivo de marcas premium como Audi, Porsche e Lexus forçaram a General Motors a correr atrás do tempo perdido e investir em um antigo ícone, a Cadillac. A marca que estava focada no mercado norte-americano e esquecida no resto mundo tem agora a ambição de se tornar referência mundial como as suas concorrentes. Além dos lançamentos de produtos e estreias no continente europeu, a meta é investir em países como China, Rússia, Brasil, entre outros.

Durante o Salão de Paris de setembro do ano passado, o vice-presidente da GM do Brasil, Marcos Munhoz, disse ao G1 que a companhia estudava trazer a marca ao país, caso o seu desempenho fosse bom no parecido mercado europeu. Cinco meses depois, concessionários Chevrolet presentes no congresso da associação das distribuidoras norte-americanas, a NADA, afirmam que o “estudo” já está mais avançado e que será inevitável a chegada da marca ao mercado brasileiro.

“Não há nada confirmado oficialmente, mas se eu for chutar uma data seria 2015. Isso porque tem todo o processo de tropicalização, homologação etc.”, afirma o diretor-executivo da Chevrolet Pedragon, José Henrique Figueiredo. A rede tem lojas em Brasília, Manaus e Recife. Segundo ele, falou-se muito durante o congresso da NADA sobre o desenvolvimento global da Cadillac, um trabalho que até então só foi aplicado na Chevrolet.

“Lexus, Porsche e Audi têm gerado mais rentabilidade do que a Chevrolet. Então, faz todo sentido que o desenvolvimento da Cadillac não demore”, ressalta o empresário, que esteve na NADA Convention, na semana passada.

A nova Cadillac
Após um período de crise e de desânimo no lançamento de novos produtos, a Cadillac despejou um balde de novidades nas concessionárias norte-americanas. Além de ganharem desenhos mais arrojados, a montadora investiu em tecnologia e deixou seus carros com condução mais esportiva.

Os primeiros a aparecer no pedestal das lojas foram o grande sedã XTS e o compacto ATS, este último premiado a “Carro do Ano” nos Estados Unidos durante o Salão de Detroit 2013, em janeiro. O sucesso do ATS tem atraído novos clientes para a Cadillac. De acordo com a fabricante, 70% dos compradores do compacto nunca tiveram um carro da marca antes.

Para este ano, é esperada a renovação do sedã topo de vendas da marca, o CTS. Ele chega apenas no quarto trimestre, mas será exibido durante o Salão de Nova York, em março. Com isso, os concessionários esperam que as vendas cresçam 35% neste ano — a montadora não divulga metas. Em 2012, as vendas subiram 2%, para 149.782 unidades, contra o crescimento geral do setor no país de 13%.

Já para o começo do ano que vem, são esperados mais dois modelos, a nova geração do utilitário esportivo Escalade e o ELR híbrido plug-in. Nos Estados Unidos, os concessionários já passam por um forte treinamento para receber estes produtos e aperfeiçoar o atendimento do cliente “premium”.

Contudo, a GM ainda estuda o investimento na criação de um modelo “suntuoso” para concorrer com o BMW Série 7 e o Mercedes-Benz Classe S. Em uma das palestras da NADA Convention, o co-chairman da associação norte-americana de concessionários Cadillac, Carl Sewell, ressaltou que o lançamento deste modelo será fundamental para tornar a marca uma empreitada global. “Nós absolutamente temos que ter este carro”, disse o empresário ao criticar a postura do CEO da GM, Dan Akerson, ainda “estudar” o assunto. Akerson espera os resultados das vendas deste ano na China e nos Estados Unidos para liberar o “cartão verde”.

Ford reinventa a Lincoln
Enquanto isso, o grupo Ford investe na também premium Lincoln. Em dezembro último, a companhia anunciou a “The Lincoln Motor Company”, recriando a marca, e lançou o novo sedã MKZ dentro de seu plano estratégico para investimento no segmento de carros de luxo. No entanto, além dos Estados Unidos e da China, a empresa norte-americana não anunciou em quais países a marca atuará.

Conforme a montadora apresentou no Salão de Detroit deste ano, o foco está em oferecer um carro premium, de preço “moderado”, com linhas esportivas, suaves e sem ostentação. Em outras palavras, eles querem fugir dos “pavões” da Cadillac e da sobriedade demasiada dos japoneses. Assim, a Lincoln está no meio de uma reformulação que trará quatro novos modelos nos próximos quatro anos — o primeiro é o sedã médio MKZ de US$ 36.000 (R$ 73.180). Em Detroit, ela exibiu o protótipo do SUV compacto MKC, que baterá em cheio os concorrentes BMW X3 e Acura RDX. Ele deverá ser lançado no final deste ano.

 

Do G1 Carros