Volvo irá investir US$ 500 milhões no Brasil
A Volvo aplicará US$ 500 milhões no mercado brasileiro, aporte que incluirá a produção de caminhões de uma segunda marca do Grupo no País. Segundo Roger Alm, presidente da Volvo América Latina, a empresa ainda não decidiu qual divisão será nacionalizada, e nem mesmo seu local de produção.
Segundo o executivo não há, também, prazo definido para concretização destes planos.
“Estamos produzindo os estudos com muito cuidado, pois são muitos pormenores envolvidos: posicionamento de preço, de marca, quais tipos de produto, rede, manufatura e o investimento necessário. Divulgaremos assim que a decisão for tomada.”
O Grupo Volvo possui cinco marcas de caminhões no mundo: além da sueca Volvo, há a francesa Renault Trucks, a japonesa UD – ex-Nissan Trucks – , a estadunidense Mack e a indiana Eicher. Destas, as quatro primeiras são comercializadas na América Latina. No Brasil, entretanto, são vendidos apenas caminhões Volvo.
Alm preferiu não adiantar sequer os segmentos em que esta nova marca local poderia atuar. É provável, entretanto, que dificilmente ocorra uma competição interna com os Volvo – que oferece modelos pesados e semipesados.
O presidente confirmou, mas também sem estabelecer datas, a produção local da nova linha FH, apresentada no ano passado na IAA, em Hannover, Alemanha. “O lançamento na Europa foi um sucesso e estamos acelerando a produção por lá.”
Na quinta-feira, 7, a companhia divulgou o resultado de suas operações no Brasil e na América Latina em 2012. Por seus cálculos, a Volvo liderou as vendas de caminhões pesados no mercado brasileiro, com 27% do total: 11,2 mil unidades. E a linha VM ajudou a empresa a chegar, pela primeira vez, aos dois dígitos de participação no segmento de semipesados, com 10,1% de mercado e 4,6 mil unidades licenciadas.
Com 15,9 mil caminhões emplacados a Volvo registrou vendas 16,7% menores do que as de 2011, retração inferior à da média geral do mercado. Por isso fechou o ano com 18,2% de participação, ganho de 1,1 ponto porcentual.
“A economia forte, a perspectiva de safra e o Finame PSI projetam bom desempenho do mercado de caminhões em 2013. Nos segmentos em que competimos, semipesados e pesados, acreditamos em crescimento de cerca de 20%, para 105 mil unidades.”
Ônibus
Mais uma vez, em 2012 o Brasil foi o maior mercado Volvo de chassis de ônibus no mundo. Foram licenciadas aqui 1 mil 687 unidades, volume 25% superior ao resultado de um ano antes – deixando a marca na contramão do mercado, que cedeu 16,8%.
China, com 1 mil 382 unidades, e Inglaterra, 1 mil 80, completaram o pódio.
Segundo Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus América Latina, o resultado poderia ter sido ainda melhor, pois trinta ônibus híbridos destinados ao município São Paulo não foram enviados – apenas Curitiba os recebeu. “O orçamento em São Paulo não foi aprovado e entrega ficou para a gestão do novo prefeito.”
O executivo projeta mercado forte para os próximos anos, em especial pelos projetos de BRT. “Há uma boa e uma má notícia neste segmento: a boa, existem muitas cidades fazendo licitação; a má, todas ocorrem ao mesmo tempo, o que pode gerar descompasso de oferta e demanda.”
Híbrido
Caminhão Volvo FM 460 alimentado com mistura de diesel e metano, ou gás natural liquefeito, roda em testes pelo Interior de São Paulo. A tecnologia foi escolhida pela companhia de origem sueca como alternativa para redução de emissões e, graças a parceria firmada com consórcio formado por White Martins, GásLocal e Petrobras, chegou ao Brasil – ainda em testes, sem previsão de produção ou venda local.
Importado da Suécia, onde já é produzido em pequena escala, o FM 460 traz motor 13 litros com dois tanques de combustível. Ele pode rodar com até 75% de GNL e o restante de diesel, ou 100% diesel. Segundo Sérgio Gomes, diretor de estratégia de caminhões do Grupo Volvo América Latina, as emissões de CO2 são 10% inferiores ao de um modelo tradicional Euro 5, sem alterações na potência.
Do Automotive Business