Alta na importação de veículos desacelera, mas déficit prossegue
O aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos percentuais para veículos importados de fora do Mercosul, e do México, adotado pelo governo brasileiro em setembro do ano passado, juntamente com o estabelecimento de licenças não-automáticas para a importação de automóveis, contribuíram para a desaceleração no crescimento da compra de veículos do exterior, segundo avaliou nesta quinta-feira (1º) o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.
Entretanto, segundo números oficiais, as medidas ainda não foram suficientes para acabar com o déficit comercial no mercado de importação e exportação de automóveis. No primeiro bimestre deste ano, o Brasil exportou US$ 661 milhões em veículos, mas importou US$ 1,59 bilhão. O déficit, neste caso, foi de US$ 938 milhões.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram, porém, que o crescimento das compras do exterior de veículos está menor neste ano. No primeiro bimestre, a alta das importações foi de 4,4%, visto que, nos dois primeiros meses do ano passado, as compras somaram US$ 1,53 bilhão. Em todo ano de 2011, as importações de veículos subiram 39,2%, passando de US$ 8,5 bilhões, em 2010, para US$ 11,9 bilhões no ano passado.
Ao mesmo tempo, as vendas ao exterior também subiram nos dois primeiros meses deste ano, para US$ 661 milhões. Um crescimento de 30,11% em comparação com as exportações de US$ 508 milhões registradas no primeiro bimestre de 2011. Em todo ano passado, as vendas de veículos ao exterior registraram pequena queda de 0,9%, para US$ 4,4 bilhões.
Uma das frentes que o governo trabalha para melhorar os números é o acordo automotivo com o México, alvo de reuniões entre representantes dos governos mexicano e brasileiros. Segundo interlocutores, a agregação de conteúdo local aos veículos mexicanos comprados pelo Brasil, o estabelecimento de cotas de importação e a inclusão de veículos pesados (caminhões) no acordo estão na mesa de discussões.
Do Auto Esporte / G1