Apesar de alta nas vendas de carros, estoque cresce em junho

O estoque de veículos nas montadoras e nas concessionárias chegou a 341.993 veículos no mês passado, o equivalente a 33 dias de vendas, segundo o ritmo atual de licenciamentos, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Anfavea (associação das montadoras).

O resultado é superior a maio em ambas as comparações, quando havia 313.711 unidades armazenadas, suficientes para 30 dias.

Para o presidente da entidade, Cledorvino Belini, o número é “normal”, mas está próximo do patamar considerado preocupante pelo setor automotivo. “Acima de 35 dias começa a pesar. O custo financeiro para [manter] estoque é muito alto”, afirmou.

O executivo justificou ainda que é necessário ter muitas unidades disponíveis devido ao grande número de opções –são mais de 800 modelos e versões. A quantidade de dias para desovar os estoques ficou acima de 30 em todos os meses deste ano e fechou 2010 em 31 dias.

Enquanto a produção de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões no país cresceu 4,1% no primeiro semestre deste ano ante igual período em 2010, as vendas registraram elevação de 10,0%, puxadas pelo licenciamento de importados (38,0%).

As medidas macroprudenciais tomadas pelo governo federal desde o final do ano passado, destacou Belini, continuam tendo efeito nos emplacamentos,”reduzindo o ritmo de crescimento”. A média de vendas por dia útil ficou em 14,5 mil unidades em maio e junho, bem abaixo da registrada em dezembro de 2010 (17,3 mil).

Esse foi um dos motivos da queda do Brasil no ranking de licenciamentos de veículos leves, da quarta posição em 2010 para a sexta colocação no acumulado de janeiro a maio, embora continue próximo da Alemanha e da Índia, que estão logo à frente na lista.

Sobre a escalada do nível de inadimplência neste ano, considerando atrasos acima de 90 dias, Belini afirma que “é um alerta”, mas lembra que o patamar já esteve mais alto. O dado que em janeiro estava em 2,6% fechou maio em 3,6%, mas ainda abaixo do mesmo mês no ano passado (3,8%).

Da Folha Online