Anfavea diz ser prematuro avaliar impacto de medidas sobre importações
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considera que ainda é prematuro avaliar se a decisão do governo brasileiro de impor barreiras às importações de automóveis irá prejudicar a venda de veículos no mercado interno. “Ainda não temos condições de avaliar qual será o reflexo da medida nas vendas”, afirmou à Agência Estado o diretor de relações institucionais da Anfavea, Ademar Cantero. Segundo ele, já é certo, porém, que as montadoras instaladas no Brasil que importam veículos de suas fábricas em outros países precisarão rever seus cronogramas. “A lógica diz que será necessário um replanejamento”, disse.
A grande maioria dos veículos importados no mercado brasileiro é trazida ao País pelas próprias montadoras aqui instaladas. Nos quatro primeiros meses deste ano, segundo dados divulgados pela Anfavea na semana passada, foram importados 245,9 mil unidades, o que representa cerca de 22% do total de veículos vendidos no período. Ainda de acordo com informações da entidade, nos quatro primeiros meses do ano, as vendas de importados cresceram 28,5% em relação ao mesmo período de 2010, enquanto a de modelos nacionais recuou 0,7%.
Apesar do possível impacto nas vendas no mercado interno, Cantero disse acreditar que a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) busca “equilíbrio entre parceiros comerciais”. “Nosso entendimento é que o governo brasileiro tomou essa decisão devido a um tratamento descompensado”, afirmou.
O maior parceiro comercial do Brasil no setor automotivo, tanto na importação como na exportação, é a Argentina. Desde o final do ano passado, o governo argentino tem adotado o licenciamento não automático, pelo qual a autorização para a entrada do produto no País pode levar até 60 dias. O Brasil adotará a partir de agora o mesmo procedimento. Antes, isso era feito de forma automática.
Procurada, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) preferiu não comentar a medida do governo, alegando que o seu departamento jurídico ainda está analisando a mudança.]
Da Agência Estado