Subsidiária brasileira da Toyota tem novo presidente

Shunichi Nakanishi assume em substituição a Shozo Hasebe, que ficou cinco anos no cargo

A Toyota do Brasil e Mercosul tem novo presidente a partir de hoje. O economista Shunichi Nakanishi, de 55 anos, assume o cargo em substituição a Shozo Hasebe, que completou cinco anos à frente da filial. Ele terá como principal desafio colocar em operação a nova fábrica em Sorocaba (SP) para produzir um carro compacto com o qual o grupo espera, finalmente, ganhar mais espaço no mercado brasileiro.

Maior montadora no mundo desde 2008, a Toyota detém apenas 3% das vendas de automóveis e comerciais leves no País. Em 2010, vendeu 99,5 mil veículos, volume que a empurrou para a oitava posição no ranking nacional de montadoras, atrás até da coreana Hyundai (106 mil unidades), empresa que também vai inaugurar fábrica local em 2012, em Piracicaba (SP).

A nova unidade da Toyota receberá investimentos de US$ 600 milhões para produzir anualmente 70 mil veículos. Está prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2012 e vai produzir um carro compacto, ainda mantido em sigilo.

No mercado, comenta-se que será uma versão do Etios, modelo desenvolvido para mercados emergentes, atualmente em produção na Índia. Deve disputar mercado com Volkswagen Fox, Ford Fiesta e Chevrolet Agile, com preço próximo a R$ 35 mil.

Fábricas
O grupo está no País há 52 anos e tem duas fábricas. A mais recente foi aberta em 1998 em Indaiatuba (SP) e produz apenas o sedã Corolla. Modelos complementares são importados da Argentina e do Japão. A unidade mais antiga está em São Bernardo do Campo (SP), onde foi produzido o jipe Bandeirante, e hoje faz componentes. O grupo emprega 3,2 mil pessoas e a nova unidade deve gerar 1,5 mil vagas.

Nakanishi está na Toyota há mais de 30 anos. Já passou pelos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. Seu cargo anterior era de gerente geral da divisão para a América Latina e Caribe, cujo escritório é no Japão. Hoje à noite a empresa realiza em São Paulo uma “Cerimônia de transição de presidência da Toyota Mercosul” em jantar para convidados.

O executivo também terá de driblar respingos à imagem de qualidade da marca após o recall de 8 milhões de modelos Corolla em todo o mundo – 107 mil no Brasil – por causa de defeitos no sistema de aceleração. Nos EUA, o episódio é citado como um dos motivos que levaram a marca a perder para a Ford o segundo posto em vendas em 2010.

Da Agência Estado