Exportação de veículos começa o ano com crescimento vigoroso
Para o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, o maior desafio para a indústria automotiva brasileira será recuperar sua condição de competitividade quando o crescimento da demanda já estiver consolidado
Os mercados de exportação de veículos brasileiros já demonstram crescimento mais vigoroso neste início de ano, o que começa a aumentar a confiança do setor em relação às vendas externas, disse o presidente da Ford para o Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira.
De acordo com ele, após os efeitos da crise no ano passado, as vendas de carros na América do Sul devem registrar crescimento de cerca de 7% neste ano.
Alguns mercados já deram sinais de recuperação mais consistente. No primeiro bimestre, o mercado argentino, maior destino das exportações das montadoras instaladas no Brasil, teve alta de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Chile, também relevante para as exportações do Brasil, cresceu “fantásticos” 95,4%.
“Por isso, a América do Sul continuará sendo uma região estratégica para a Ford”, disse Oliveira em seminário na segunda-feira. Segundo ele, a montadora já acumula 24 trimestres consecutivos de resultados positivos na região.
Para o presidente da Anfavea (associação das montadoras), Jackson Schneider, após o encolhimento desses mercados, no ano passado, porém, o maior desafio para a indústria automotiva brasileira será recuperar sua condição de competitividade quando o crescimento da demanda já estiver consolidado.
“O dólar no patamar atual lança luz para as deficiências de competitividade do país, por isso a recuperação é mais penosa. Pode acontecer uma perda de participação do Brasil nesses mercados, em um primeiro movimento.”
Segundo Schneider, com a sobra de capacidade instalada pelo mundo e o mercado interno aquecido, o Brasil atrai maior concorrência dos importados. Ele disse que, pelo ritmo atual, as importações de carros devem superar as previsões da Anfavea e chegar a algo próximo de 600 mil unidades neste ano.
“O segundo movimento seria uma entrada maior de produtos importados no mercado brasileiro”, afirmou.
Folha de S.Paulo