Protestos são principal atração da abertura do Salão do Automóvel de Detroit
Dentro e fora do Cobo Center, trabalhadores de diversas montadoras pedem garantia de emprego e manutenção de benefícios
“Estamos aqui para ficar”, diziam os cartazes dos 600 funcionários da General Motors dos EUA que foram levados para a abertura do Salão do Automóvel de Detroit, neste domingo (11), um dos mais importantes eventos do setor automotivo mundial.
Convidados pela própria montadora, os funcionários vieram dar apoio ao programa de reestruturação da empresa. “Temos bons produtos e não somos responsáveis pela crise”, disse Michael Bradley, de 49 anos, funcionário da GM há 25 anos.
O presidente mundial da companhia, Rick Wagoner, declarou que o salão marca “um novo recomeço para a GM”. A empresa tem até o fim de março para justificar o socorro financeiro de US$ 13,4 bilhões que serão entregues pelo governo nesse período. Wagoner afirmou que o dinheiro é suficiente para a sobrevivência da empresa nesses três meses, mas não descartou pedir recursos após esse prazo.
Do lado de fora do Cobo Center, um grupo de 100 trabalhadores ligados ao UAW (o sindicato dos metalúrgicos), fazia um protesto para que Barack Obama reveja as condições do contrato feito por George Bush com as montadoras.
“Uma das condições do contrato é que as empresas renegociem benefícios, mas nós já abrimos mão de muito”, disse Tony Browning, de 53 anos, há 34 funcionário da Chrysler. Os benefícios são considerados por analistas como responsáveis, em parte, pela perda de competitividade das empresas americanas frente às asiáticas.
Salão
As montadoras americanas apresentam uma leva de carros elétricos e tecnologias alternativas para tentar provar ao governo e a sociedade que ainda são viáveis. Muitos carros compactos ocupam o lugar das enormes picapes e utilitários, antes estrelas do evento.
A GM apresentou cinco modelos híbridos e dois elétricos, entre eles o luxuoso Converj, da marca Cadillac, ainda protótipo. Mostrou ainda o compacto Sparlk, para quatro passageiros, importado da Ásia ou do México.
Bill Ford Jr., presidente do conselho da Ford, também mostrou quatro modelos elétricos que serão lançados em 2012 e afirmou que “nunca esteve tão excitado em relação a nova estratégia da empresa para os carros mais econômicos.” Ele apóia o presidente Alan Mulally no processo de reestruturação do grupo. A Ford também levou funcionários ao evento, mas eles apenas assistiram à apresentação.
A Chrysler apresenta cinco modelos elétricos, todos protótipos. O primeiro, chamado 200C, será produzido a partir de 2010.
Da Agência Estado