Montadoras também culpam bancos e falta de crédito por queda nas vendas
Dois dias depois de o Sindicato dos Metalúrgicos fazer uma manifestação contra os banqueiros, que estão retendo o crédito, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) também responsabiliza a restrição de crédito ao consumidor pela queda nas vendas do setor. O presidente da Anfavea, Jackson Schneider (foto), disse que a medida do Banco do Brasil, anunciada nesta quinta-feira (6), que libera R$ 4 bilhões aos bancos das montadoras, deve ser suficiente para a retomada dos financiamentos nos níveis normais, já a partir deste mês.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea ), Jackson Schneide, afirmou nesta quinta-feira (6) que a queda nas vendas de automóveis registrada em outubro deste ano é reflexo, principalmente, da restrição do crédito ao consumidor, mas afirmou também que espera a regularização no fluxo a partir deste mês.
A venda de automóveis caiu 2,1% em relação a outubro do ano passado e 11% em relação a setembro deste ano, maior queda entre meses desde 2003. Jackson Schneider garante que a medida do Banco do Brasil, anunciada na quarta-feira, que prevê a liberação de R$ 4 bilhões para os bancos das montadoras, deve ser suficiente para a retomada dos financiamentos a níveis normais,
Segundo o executivo, a redução do dinheiro disponível para financiamentos foi provada por uma contração no chamado crédito interbancário. Os bancos das montadoras não têm captação própria de recursos, por isso dependem do crédito de outros bancos comerciais.
De acordo com a Anfavea, até setembro o crédito automotivo somava R$ 138,6 bilhões de bola, contra acumulado de R$ 96,3 bilhões no mesmo mês do ano passado. Os juros, no entanto, chegaram a 24,8% ao ano em setembro, ante 19,6% em setembro de 2007. Na mesma base de comparação, a inadimplência subiu de 3,3% para 3,8%.
O balanço da Anfavea aponta aumento das compras de carros à vista (de 35% para 41% dos negócios), em outubro, e queda dos financiamentos (de 65% para 59% do total). “A restrição do crédito levou à diminuição das vendas de outubro já que o crédito é absolutamente fundamental para este produto em qualquer lugar do mundo”, disse Schneider.
Com a queda nas vendas, a produção também caiu em outubro, recuando 0,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado e 1,3% sobre setembro. Apesar dessas quedas, a Anfavea mantém as projeções para o ano, de alta de 24,2% nas vendas e de 15% na produção.
Da Folha Online e da Redação