1º Congresso aconteceu em 1978

Participaram pouco mais de 350 trabalhadoras de 39 empresas.

Na verdade, 800 mulheres inscreveram-se, mas diante de obstáculos impostos pelos patrões até com ameaças de demissão, o número de participantes caiu para menos da metade. Vivíamos sob a ditadura militar. As liberdades eram escassas, a repressão e o autoritarismo eram muito presentes nas fábricas.

Esse congresso foi pioneiro no gênero e feito com todo o cuidado para não ser confundido com um movimento contra os homens.

O objetivo era claro, o de integrar as mulheres na vida sindical da categoria.

As metalúrgicas trouxeram ao cenário nacional uma realidade até então desconhecida.

A repressão e o descaso com os direitos das trabalhadoras puderam ser revelados a jornalistas, professores, sociólogos e trabalhadores de outras categorias que participaram do Congresso como convidados.

Denúncia
Dias antes do 1º Congresso, o Sindicato antecipou as diversas irregularidades que aconteciam nas fábricas de São Bernardo e de Diadema 1º Congresso aconteceu em 1978 durante a realização de uma conferência, em Brasília. O ministro do Trabalho na época, Arnaldo Prieto, visivelmente constrangido, garantiu que iria verificar.

Essas irregularidades foram conhecidas um ano antes a partir de pesquisa feita com 48 companheiras.

Os assuntos relacionados ao trabalho da mulher também foram alvos de extensas reportagens da Tribuna Metalúrgica que, na época, mantinha a coluna Debate
Sindical. Em meados da década de 1970 a crescente participação da mulher no setor escondia a diferença salarial com os homens.

Pesquisa realizada pelo Dieese durante o Congresso mostrou que os homens metalúrgicos recebiam o dobro
do salário das mulheres metalúrgicas.

Os salários das mulheres, por serem baixos, eram considerados como complementação salarial da família.

Mas os problemas não acabavam aí. Outros assuntos abordados no 1º Congresso foram o tratamento discriminatório das chefias, o assédio, exigências vexatórias por parte das empresas no uso dos banheiros, inadequação ou falta de creches e de vestiários e inexistências de locais para refeições.