Sindicato e CNM-CUT defendem Inovar-Auto contra ação da OMC no Brasil

 

Sindicato e CNM-CUT defendem Inovar-Auto contra ação da OMC no Brasil
No último dia 17, a Organização Mundial do Comércio, a OMC, aprovou a abertura da maior disputa contra o Brasil em 20 anos, numa iniciativa que mobiliza a comunidade internacional. 
A entidade deu sinal verde para o início das investigações sobre as acusações da União Europeia (UE) de que o Brasil pratica uma política industrial que viola as regras da OMC, principalmente no setor de veículos e tecnologia. Se o País for condenado, terá de reformular sua estratégia industrial.
“O ataque ocorre por causa do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto”, afirmou o diretor de Comu¬nicação do Sindicato e CSE na Mercedes, Valter Sanches. 
“O Brasil, os Metalúrgicos do ABC e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, que emitiu uma nota quando a União Europeia confirmou a ação, vão lutar com unhas e dentes para defender o Inovar-Auto, uma conquista da categoria a partir de muita luta”, declarou Sanches.
Segundo o dirigente, a ação é contraditória porque o Inovar-Auto não viola as normas da OMC nem promove o que a UE está reclamando. Até porque muitas das empresas beneficiadas pelo programa no País têm capital europeu, como ocorre no setor de eletrônicos e veículos automotores.
“Na verdade, o protesto da União Europeia vai contra o direito de um país como o Brasil ter política industrial própria e defender sua produção nacional, coisa que a Europa, no tempo em que não existia a OMC, pode se industrializar e teve a oportunidade de proteger seus mercados durante muitos anos”, lembrou o secretário de Relações Internacionais da CNM-CUT, João Cayres.
“Agora que eles têm escala de produção e tecnologia, querem impedir outros países de fazerem o mesmo. Temos de nos manter ao lado do governo brasileiro em defesa do programa Inovar-Auto e do direito de ter nossa política industrial”, concluiu João Cayres.

“O ataque ocorre por causa do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto”, afirmou o diretor de Comunicação do Sindicato e CSE na Mercedes, Valter Sanches 

 No último dia 17, a Organização Mundial do Comércio, a OMC, aprovou a abertura da maior disputa contra o Brasil em 20 anos, numa iniciativa que mobiliza a comunidade internacional. 

A entidade deu sinal verde para o início das investigações sobre as acusações da União Europeia (UE) de que o Brasil pratica uma política industrial que viola as regras da OMC, principalmente no setor de veículos e tecnologia. Se o País for condenado, terá de reformular sua estratégia industrial.

“O ataque ocorre por causa do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto”, afirmou o diretor de Comu¬nicação do Sindicato e CSE na Mercedes, Valter Sanches. 

“O Brasil, os Metalúrgicos do ABC e a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, que emitiu uma nota quando a União Europeia confirmou a ação, vão lutar com unhas e dentes para defender o Inovar-Auto, uma conquista da categoria a partir de muita luta”, declarou Sanches.

Segundo o dirigente, a ação é contraditória porque o Inovar-Auto não viola as normas da OMC nem promove o que a UE está reclamando. Até porque muitas das empresas beneficiadas pelo programa no País têm capital europeu, como ocorre no setor de eletrônicos e veículos automotores.

“Na verdade, o protesto da União Europeia vai contra o direito de um país como o Brasil ter política industrial própria e defender sua produção nacional, coisa que a Europa, no tempo em que não existia a OMC, pode se industrializar e teve a oportunidade de proteger seus mercados durante muitos anos”, lembrou o secretário de Relações Internacionais da CNM-CUT, João Cayres.

“Agora que eles têm escala de produção e tecnologia, querem impedir outros países de fazerem o mesmo. Temos de nos manter ao lado do governo brasileiro em defesa do programa Inovar-Auto e do direito de ter nossa política industrial”, concluiu João Cayres.

Inovar-Auto é ameaçado pela União Europeia

Os Metalúrgicos do ABC já estão em alerta contra a ameaça da União Europeia, a UE, pelo Inovar-Auto desde que a UE acionou a Organização Mundial do Comércio, a OMC, para impedir que o Brasil prossiga com a sua política industrial.

O secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, criticou em entrevista à Tribuna na época a decisão da UE e analisou os reais motivos do bloco econômico acionar o organismo internacional contra o Brasil neste momento.

Tribuna Metalúrgica – A União Europeia alega que as regras do Inovar-Auto estão fora dos padrões que a OMC estabelece para o comércio mundial. Isso é verdade? 

Wagnão – Não. A elaboração do Inovar-Auto teve todo o cuidado para não ser, ao contrário do que foi dito à OMC, uma medida protecionista de reserva de mercado, mas sim uma medida de incentivo à produção nacional. Esse era o grande debate em relação ao Inovar-Auto e o programa se resume nisso, que é incentivar empresas a produzirem no Brasil.

TM – Por que a União Europeia é contra a política industrial do Brasil?

Wagnão – Os países desenvolvidos que sempre detiveram os meios de produção e de fabricação de produtos de alto valor agregado não gostam de terem que seguir regras. O Brasil é visto como uma reserva de mercado para esses países exportarem. Tanto que hoje a grande guerra da produção industrial, aquilo que é novo, como a criação de softwares ou de hardwares, está protegida e eles não permitem que as tecnologias sejam transferidas para outros países tidos como meros consumidores de celulares, tablets, computadores e sistemas. Esses sistemas de controle da produção e do conhecimento não admitem que outros países tenham condições de se desenvolver. Por isso, não é surpresa que eles tomassem uma atitude como essa na OMC, não há nenhuma novidade nesse aspecto.

TM – Por que a UE está tomando está atitude sendo que grande parte das montadoras com matrizes na Europa já direcionaram investimentos para o Brasil? Estão tomando uma atitude atrasada?

Wagnão – São duas questões que estão colocadas. Primeiro as matrizes nunca foram favoráveis ao Inovar-Auto. Toda multinacional rejeita qualquer tipo de controle que possa determinar onde ela irá produzir e o que irá produzir. Pode ser em Cingapura ou na China – e não importa se o país é comunista ou não. Para as empresas, se puderem ter lucros eles irão para lá. Para nossa sorte, o mercado brasileiro é um dos maiores mercados de automóveis do mundo e as montadoras se viram obrigadas a seguirem as regras. O mercado brasileiro é extremamente promissor.

TM – E qual é a segunda razão para essa atitude da União Europeia?

Wagnão – A segunda questão é justificada por conta do processo eleitoral. O bloco econômico europeu esperou a definição das eleições, quando haviam dois projetos em disputa. O do governo que foi reeleito e que criou o Inovar-Auto, portanto estabelece essas políticas de desenvolvimento da produção nacional e o outro, derrotado nas urnas, que defende que o mercado estabeleça o jogo da economia. Eles acreditavam na possibilidade deste último vencer e aí não precisariam entrar na OMC porque a política governamental seria de esvaziamento do novo Regime Automotivo e de inversão dessas políticas de fortalecimento da produção nacional.

TM – E o papel do Sindicato neste processo?

Wagnão – Cumprimos bem o nosso papel, que foi esclarecer a categoria sobre o que estava em jogo nesta disputa e garantimos a produção aqui. E não é apenas isso. Não queremos só produzir, mas criar conhecimento por meio das áreas de engenharia, planejamento de produção e dos meios de produção. Não queremos apenas utilizar uma máquina para fazer uma peça, queremos construir essa máquina. Queremos formular e desenvolver projetos não só de carros, mas de todos os setores de ponta da economia. O Inovar-Auto é um destes setores e vamos continuar lutando pelo desenvolvimento nacional como forma de gerar sempre mais e melhores empregos.

Da Redação