Novo Regime Automotivo contempla autopeças

Conheça as medidas para o setor na segunda matéria da série sobre o Plano Brasil Maior

Nesta semana, a Tribuna Metalúrgica publica uma série de matérias sobre o Plano Brasil Maior (leia a primeira reportagem), anunciado na semana passada pela presidenta Dilma, que incorpora a maioria das propostas feitas pelo Sindicato em defesa do emprego e da produção nacional e cria o Novo Regime Automotivo.

Hoje, a Tribuna mostra como essas medidas, que começam a valer a partir do ano que vem, afetam positivamente o setor de autopeças com a desoneração da folha de pagamentos, as etapas nacionais exigidas pelo Regime, a alteração do método para identificar conteúdo regional (peças fabricadas no Brasil e no Mercosul) e a criação de linha de crédito específica do BNDES para o setor, além da criação do Polo de Ferramentaria. (Veja matéria abaixo)

O Plano Brasil Maior prevê a desoneração da folha de pagamentos, onde a contribuição previdenciária feita pelos patrões passa a ser de 1% sobre a receita bruta da empresa e não incide mais sobre o salário dos trabalhadores.

“Estudos do governo mostram que hoje essa contribuição atinge o equivalente a 20% da folha de pagamentos. Esses recursos dinheiro passarão para o caixa das autopeças, que devem usá-lo na melhora de sua competitividade, nas condições de trabalho e de tecnologia dos produtos. E nós estaremos atentos para fiscalizar se isso está sendo feito”, alertou Nelsi Rodrigues, o Morcegão, diretor-executivo do Sindicato.

O dirigente citou a obrigatoriedade das etapas de produção serem nacionalizadas e os novos critérios de isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) como fatores que garantem a competitividade com os produtos importados e mantém a demanda de um setor estratégico para o ABC.

“Das doze etapas de fabricação de um veículo leve, oito terão que ser executadas no Brasil. No caso dos veículos pesados, das quatorze, dez serão feitas aqui. Isso é um ganho extraordinário para a indústria nacional e permite concorrer com os produtos importados, que são grandes vilões para esse setor”, disse.


Sindicato teve participação decisiva para articular o Polo de Ferramentaria, afirmou Morcegão.
Foto: Rossana Lana / SMABC

Regime automotivo apóia Polo de Ferramentaria do ABC
A proposta feita pelo Sindicato para criar um polo de ferramentaria nacional, com o objetivo de modernizar máquinas, por meio de processos tecnológicos e de pesquisas, de trocas de conhecimentos e de parcerias no País está contemplada no Novo Regime Automotivo, lançado na semana passada pela presidente Dilma.

O setor de ferramentaria concentra grande parte da mão de obra dos engenheiros, técnicos, ferramenteiros, entre outros profissionais que agregam valor a produção nacional e que, segundo estudos do Sindicato, estão sendo substituídos sistematicamente por ferramentais importados das matrizes.

“O Polo de Ferramentaria é o que chamamos de prancheta, é o processo que acontece antes do início da produção, e queremos desenvolvê-lo, com pesquisa e tecnologia nacional que foram praticamente abandonadas hoje”, explica Nelsi Rodrigues, o Morcegão, diretor executivo do Sindicato.

Ele lembra a participação decisiva do Sindicato na articulação de empresas de autopeças do ABC para o início dos debates sobre o Polo e da criação de uma linha de financiamento específica para o desenvolvimento de novos produtos.

“Durante o anúncio do Plano Brasil Maior, o BNDES reduziu os juros de 6,5% para 5,5% ao ano e prazo de 120 meses para aquisição de máquinas e a organização do Polo vai permitir que o setor participe de licitações e seja mais competitivo”, concluiu.

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Da Redação