“Não podemos ser reféns do sistema financeiro”, diz Rafael
Os lucros obtidos pelas instituições financeiras no Brasil em 2014, divulgados na semana passada, chamaram a atenção pelos altos valores alcançados pelos bancos e pela relação inversa com a produção de veículos no País no mesmo período. (Saiba mais no quadro).
“O que esses relatórios que estão se tornando públicos nos apontam é para a necessidade de ampliar os financiamentos da produção”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto).
Segundo ele, os lucros exorbitantes dos bancos privados indicam que a especulação financeira tem sido colocada à frente dos investimentos que se converteriam em empregos.
“O Sindicato vem sistematicamente lutando para que seja implementada uma política de crédito que alavanque a produção e, com isso, amplie os postos de trabalho”, defendeu.
“Os bancos têm todas as condições e mais, têm dinheiro suficiente para contribuir com o crescimento do Brasil”, acrescentou.
Para Rafael, os R$ 41 bilhões que os bancos ganharam no ano passado estão relacionados com as altas taxas de juros e a taxa Selic (taxa básica de juros), que é mais atraente para o sistema financeiro.
“É um ganho fácil na especulação com a compra de títulos da dívida pública e que paralisa o investimento na produção”, explicou o presidente.
“Os bancos sempre foram assim, esgotam a produção e deveriam atuar fortemente”, criticou.
“Só o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não dá conta de financiar todas as ações de investimento para a produção”, completou.
O presidente afirmou que 24 meses como prazo de financiamento para crédito de aquisição de veículos determinado pelos bancos é muito curto.
“Não podemos deixar o sistema financeiro dar o tom na política de desenvolvimento do Brasil”, disse.
“O governo eleito com os compromissos que assumiu com a classe trabalhadora não pode ser refém do capital financeiro, que quer impor a volta da inflação, do período pré-Lula. Vamos lutar contra isso”, concluiu.
Propostas do Sindicato para ampliação do crédito
1 – Liberação dos compulsórios, parcela dos depósitos dos clientes que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central, para aquisição de veículos;
2 – Ampliação do prazo de financiamento – 24 meses é pouco para o trabalhador;
3 – Renovação da frota, com liberação de crédito para a troca de caminhões;
4 – Mais recursos para o crédito consignado, consórcio, leasing, entre outras modalidades.
Da Redação