Novo Regime Automotivo chega às ferramentarias e fortalece setor

As ferramentarias bra­sileiras receberam, no final do ano passado, um incentivo importante com a portaria do governo federal que estabelece regras para que montadoras declarem investi­mentos no setor como pesquisa, desenvolvimento e engenharia.

A portaria interministerial, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o MDIC, e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, o MCT, define as etapas de produção de ferra­mental (confira abaixo) e autoriza a reversão destes gastos em créditos para desconto no IPI.

Para o presidente do Sindica­to, Rafael Marques, a medida é mais um passo importante dentro do Novo Regime Auto­motivo, o Inovar-Auto.

“Os metalúrgicos do ABC fizeram muitas mobilizações na região em defesa do emprego e da indústria, preocupados com o efeito das importações chine­sas sobre o setor automotivo”, recordou o presidente.

Segundo ele, a conquista do Inovar-Auto, dentro do Plano Brasil Maior de incentivo às indústrias modificou o cenário de demissões que estava se de­senhando em 2011.

“Temos que reconhecer que o Plano Brasil Maior foi fundamental para barrar as importações e fortalecer a pro­dução doméstica e, portanto, os empregos no Brasil”, afirmou.

“Outro ponto importante foi a vinda de empresas e suas unidades fabris no País, esti­muladas pelo novo Regime”, completou.

O presidente destacou ain­da, a exigência de conteúdo local, conhecida como ‘ras­treabilidade’, para garantir a produção das autopeças e por fim, este recente incentivo às ferramentarias.

“Em 2011, as ferramentarias estavam vazias e ameaçadas de fechar e perderíamos milhares de empregos no ABC e em outros locais do País”, lembrou.

“Pelo Inovar-Auto, as mon­tadoras que não comprovarem investimentos em pesquisa e tecnologia no Brasil ficam obrigadas a depositarem 1,5% de seu faturamento no Fundo Nacional de Desenvolvimen­to Científico e Tecnológico­-FNDCT”, explicou.

Para o presidente, o re­conhecimento pelo governo federal da produção de ferra­mental como investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico é o impulso que faltava para o setor.

“Essa medida valoriza as ferramentarias e o trabalho do ferramenteiro, dos engenheiros no País”, defendeu.

“E é resultado da luta do Sindicato, da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, do Arranjo Produtivo Local, o APL de ferramentaria e das empresas que participam do APL”, completou Rafael.

O coordenador do APL de ferramentaria do ABC, Carlos Manoel de Carvalho, comemorou a publicação da portaria e afirmou que com isso houve uma motivação para investimentos dos empresários do setor.

“Essa medida tornou o setor de ferramentaria mais competitivo, capaz de disputar com China e Índia”, disse.

Para o coordenador, a política de longo prazo adotada com o novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, permitiu a construção de uma proposta conjunta.

“Quando passamos a pensar fora da ‘caixinha’, chamamos outros atores importantes, como o Sindicato e com isso, tivemos esse resultado espetacular”, declarou.

“Era a conquista que faltava”, concluiu.

Saiba quais são as cinco fases do desenvolvimento de ferramental que passam a ser creditadas no Inovar-Auto

• Planejamento

Especificação da matéria-prima, equipamentos e meios de produção, incluindo os processos de ferramental ou planos de métodos, simulações virtuais de peças, processos e equipamentos de produção;

• Projeto

Desenhos, cálculos e simulações, modelamentos e detalhamentos técnicos, de acordo com especificações da área de planejamento;

• Construção

Baseado nas informações do projeto, lista de materiais, componentes e processo produtivo;

• Testes

Fabricação de amostras de peças para validação do ferramental;

• Acabamento

Execução de processos de acabamento para atendimento às especificações do produto e processo.

Da Redação