Rafael reprova mais uma vez declaração de Steinbruch
Rafael Marques, presidente do Sindicato
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, protestou novamente contra a declaração do presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch, que afirmou em entrevista a um jornal de circulação no Estado de São Paulo que “os direitos têm que ser mantidos, o que tem que fazer é flexibilizar a lei trabalhista”.
“Esta foi mais uma declaração infeliz dele, um engodo, ou seja, ele fala qualquer coisa que sirva para enganar ou atrair a sociedade”, destacou Rafael. No dia 19 de setembro (veja abaixo), o dirigente já havia registrado em matéria de capa da Tribuna sua reprovação quando Benjamin afirmou no mesmo jornal que “o desemprego vem aí”.
“E agora, de maneira desastrosa, ele defende suas ideias sem ao menos que a gente saiba em que nível se deu esta entrevista”, afirmou Rafael. “Steinbruch fala de modernização das relações de trabalho em um viés atrasado, olhando pelo retrovisor”, prosseguiu.
Na última segunda, o presidente da Fiesp afirmou na mesma entrevista, que a jornada de trabalho pode ser flexível e usou o horário de almoço como exemplo.
“Nos EUA você vê um cara almoçando, comendo o sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a direita, com 15 minutos para o almoço. Ele disse também que se o empregado se sente confortável em poder, eventualmente, diminuir este tempo, por que a lei obriga [a fazer uma hora]?”, defendeu o dirigente patronal.
Para Rafael, quando Steinbruch defende textualmente, e com exemplos, a precarização da mão de obra e a vinda do desemprego, ele traz o que tem de pior lá fora.
“Como é que o empresariado brasileiro escolhe este cidadão como interlocutor da sua classe? Com um cidadão como este, não tem diálogo”, declarou o presidente dos Metalúrgicos do ABC.
“A gente tem que priorizar a melhora na qualidade de vida do trabalhador, como das empresas também. O País cresce por meio das relações de capital e trabalho, com acordos coletivos, da melhoria da renda do trabalhador, como anunciado semana passada pelo IBGE”, concluiu.
Presidente da Fiesp chantageia governo federal com fantasma do desemprego
Rafael Marques repudiou há duas semanas na Tribuna a declaração de Steinbruch, que disse a jornalistas em São Paulo que “o desemprego vem aí”.
“Por que um empresário ligado a Paulo Skaf, que é candidato ao governo paulista, aparece em um momento delicado como o que atravessamos, em meio a uma Campanha Salarial e a uma campanha eleitoral, e tenta chantagear o governo federal e pressionar a sociedade brasileira trazendo de volta o fantasma do desemprego?”, questionou o dirigente na época.
O presidente do Sindicato lembrou que a ameaça do desemprego remete à atitude destemperada e alarmista de Mário Amato, em 1989, quando também ocupava a Presidência da Fiesp, e afirmou que 800 mil empresários deixariam o Brasil causando um desemprego enorme, caso Lula vencesse as eleições.
“Hoje somos testemunhas do erro de Amato, pois no governo Lula foram criados mais de 15 milhões de empregos, jogando por terra a profecia do empresário”, concluiu.
Da Redação