“Não serei reeleita para reduzir salários”, diz Dilma

A presidenta Dilma Rous­seff comprometeu-se em manter os direitos trabalhis­tas, impedir a retirada de qualquer avanço conquistado nos últimos anos e continuar o processo de conquista de aumentos reais de salários, caso seja reeleita.

Ela assumiu os compro­missos na tarde da última quinta-feira, em Guarulhos, diante de mais de 600 de­legados cutistas presentes a 14ª Plenária Nacional da Central.

Para ouvir Dilma no primei­ro ato oficial organizado por sua campanha, os dirigentes interromperam a plenária e foram em passeata a uma casa de shows da cidade.

“Não fui eleita nem serei reeleita para reduzir salário de trabalhador nem para colocar nosso País de joelhos diante de quem quer que seja”, des­tacou a presidenta. “Eu jamais traio os meus compromissos”, prosseguiu.

Citando indiretamente um candidato que recentemente afirmou a uma plateia de em­presários que pretende flexi­bilizar a legislação trabalhista, Dilma afirmou que o governo federal não tem de adaptar os direitos dos trabalhadores.

“Se for para mexer, tem de ser para ampliar, mudar no bom sentido”, disse Dil­ma, citando como exemplo a extensão dos direitos às trabalhadoras domésticas, por meio de política aprovada em seu governo.

A presidenta aproveitou para tranquilizar os trabalhadores ao desmentir outro boato espalhado na semana passa­da. A notícia falsa dizia que haverá um aumento geral de tarifas – um tarifaço – caso ela seja reeleita.

“Receber o apoio da CUT é uma honra”, diz presidenta

Durante o encontro com os delegados cutistas, Dilma demonstrou descontração e respondeu com reciprocidade o carinho vindo da plenária. “Receber o apoio da CUT (foto) é uma honra. A CUT repre­senta o povo na construção da democracia e na luta por um País mais justo”, afirmou.

No ato, Dilma recebeu a Plataforma CUT da Classe Trabalhadora, um documen­to com propostas elaboradas pela Central para que sejam adotadas pela candidata como programa de governo (saiba mais em http://goo.gl/z8stNf).

O presidente da CUT Vagner Freitas foi enfático ao de­fender o apoio e pedir mais mudanças à candidata. “Que­remos mais crescimento com distribuição de renda”, disse.

 Confira os principais trechos da carta da Central

 Os delegados da 14ª Ple­nária Nacional da CUT, que representam mais de 24 milhões de trabalhadores no Brasil, decidiram por unani­midade apoiar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Esta decisão se baseia na convicção de que os traba­lhadores devem se inserir de maneira decisiva na cons­trução de uma Nação livre e soberana, com desenvol­vimento sustentável, justiça, inclusão social, distribuição de renda e cidadania.

Nas eleições gerais de outubro, estarão em con­fronto dois projetos polí­ticos antagônicos. De um lado, o representado pela aliança de partidos, movi­mentos sindicais e sociais defensores da construção de um novo ciclo histórico de conquistas para a maioria da população.

De outro, o projeto das elites econômicas subordi­nadas ao capital especulativo internacional e nacional que pretendem barrar os avanços populares conquistados nos últimos 11 anos.

Nesse confronto temos lado. Por isso, não nos fur­tamos a declarar que vamos defender a manutenção e o aprofundamento das con­quistas que obtivemos até o momento.

Conclamamos a militân­cia da CUT a se engajar em nossa principal tarefa este ano: reeleger a presidenta Dilma para mais um man­dato democrático popular, voltado aos interesses da maioria da população bra­sileira. É nesse processo que se concentra hoje a luta de classes no País.

 

Da Redação