Vale-Cultura poderá beneficiar 43 mil trabalhadores na base
Categoria debate Vale-Cultura com a ministra Marta na FEM-CUT
A adoção do Vale-Cultura por empresas da base dos Metalúrgicos do ABC irá beneficiar cerca de 43 mil trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos.
“Esses companheiros estão nesta faixa prioritária do programa, mas o benefício pode atingir toda a categoria”, disse o presidente do Sindicato, Rafael Marques, durante reunião com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na sede da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT.
Segundo o presidente, mesmo com a pauta da Campanha Salarial fechada e as negociações deste ano tratarem exclusivamente de cláusulas econômicas – as cláusulas sociais são negociadas a cada dois anos –, é possível debater o tema com os seis grupos patronais.
“É uma conquista para o trabalhador”, acentuou Rafael. “E as empresas tributadas com base no lucro real poderão abater o valor do Vale-Cultura em até 1% do imposto devido”, explicou.
O presidente da FEM-CUT, Valmir Marques, o Biro-Biro, declarou durante o encontro que o Vale-Cultura poderá constar da Convenção Coletiva para todos os metalúrgicos do Estado de São Paulo, representados pelos 14 sindicatos filiados à Federação.
“Estamos em Campanha Salarial e vamos propor às seis bancadas patronais a inclusão do Vale-Cultura como cláusula social”, afirmou.
Se as empresas concordarem com a proposta, o número de companheiros beneficiados, apenas na faixa até cinco salários mínimos, pode ultrapassar 150 mil.
A ministra Marta Suplicy elogiou a iniciativa e afirmou que a participação de sindicatos com o modelo de organização no local de trabalho é fundamental para ampliar o programa e garantir que o Vale-Cultura chegue efetivamente ao trabalhador.
“Vocês são um ramo forte, com potencial para garantir esta importante conquista e instituir mais esta forma de acesso à cultura, que é o alimento para a alma”, salientou Marta.
Sindicato tem tradição em incentivar a cultura
As ações dos Metalúrgicos do ABC para estimular o acesso do trabalhador à cultura não são novidade.
Há quase quatro anos, o Programa Leitura nas Fábricas, que conta com o apoio do Ministério da Cultura e das prefeituras de Diadema e São Bernardo, já instalou bibliotecas em 20 empresas.
Os números do Programa impressionam, com mais de 50 mil acessos em busca do conhecimento por meio de livros, internet, CDs, DVDs, gibis, dentre outros.
“Nos dá orgulho porque é uma política pública que tem como foco a luta contra a exclusão”, disse o presidente do Sindicato, Rafael Marques, durante a comemoração do terceiro aniversário do Leitura nas Fábricas, em agosto do ano passado.
“O socialismo que desejamos não luta só contra a fome e a miséria. Também leva acesso à internet, a informação, ao conhecimento e a arte às pessoas”, completou Rafael.
O que é o Vale-Cultura?
É um cartão magnético com crédito de R$ 50 mensais, sem prazo de validade para a utilização, aceito em estabelecimentos culturais como teatros, cinemas, livrarias entre outros.
A política atende preferencialmente trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.O objetivo do Programa do Ministério da Cultura é estimular o acesso à cultura pelo trabalhador. As empresas tributadas com base em lucro real podem deduzir até 1% do Imposto de Renda devido.
Da Redação