Governo do Estado sabia dos problemas com a água desde 2002
Adi do Santos Lima, presidente da CUT São Paulo, ao microfone, denuncia o descaso do governo do Estado sobre o abastecimento de água
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado ontem, os metalúrgicos do ABC se uniram na capital paulista aos trabalhadores de outras categorias, filiados à CUT e à CTB, para protestar contra a falta de água no Estado de São Paulo.
“A ausência de políticas públicas com capacidade de ampliar reservas e modernizar o sistema de captação e distribuição de água está fazendo a população refém da má administração”, afirmou o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima.
Como prova, lembrou que o Sistema Cantareira, responsável por 47% do abastecimento do Estado, está abaixo do nível de captação e põe em risco 8 milhões de pessoas na região metropolitana.
“A crise no sistema de abastecimento foi reconhecida pelo governo de São Paulo no início de fevereiro” lembrou Adi. E citou que apesar do governador Geraldo Alckmin negar que haja racionamento, diversos locais têm sofrido cortes de água por períodos cada vez mais longos.
“A Agência Nacional das Águas, a ANA, o Ministério Público e ambientalistas têm cobrado do governo estadual um posicionamento para impedir o desabastecimento”, lembrou o diretor do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba.
“No entanto, o governador preferiu ser irresponsável e não oficializar o rodízio e ainda dizer para a população que tudo está bem e que não tem falta de água”, alertou Barba.
O dirigente destacou que mesmo fugindo do problema, o governador Geraldo Alckmin tentou emplacar medidas como multar em 30% do valor da conta quem consumir mais água de um mês para o outro.
“Só que a multa nem chegou a ser oficializada pelo governador do Estado, que recuou diante da reação do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec”, afirmou Barba.
Segundo o Instituto, a medida ofende o Código de Defesa do Consumidor por penalizar a população pela falta de investimentos que evitassem a escassez.
Na nota que divulgou, o Idec apontou que o governo do Estado sabe desde 2002 dos níveis preocupantes dos reservatórios de água e, no entanto, não adotou, na velocidade necessária, medidas como a diminuição das perdas físicas de água (perto de 25% da água tratada é perdida na rede de distribuição).
Da Redação