Jornada pelo trabalho decente reúne categorias na Paulista
Metalúrgicos do ABC, bancários, químicos, petroleiros e outras categorias participaram de ato ontem em frente à Fiesp e à concessionária da Nissan, na Mooca. Montadora japonesa foi escolhida por conta de denúncias de práticas antissindicais.
CUT e demais centrais sindicais durante protesto ontem na Avenida Paulista
A CUT e as demais centrais realizaram dois protestos em São Paulo como parte da Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, um dia de mobilizações que unifica as entidades sindicais desde 2008.
As manifestações tiveram a participação dos metalúrgicos do ABC e aconteceram diante da Fiesp, na Avenida Paulista, e em frente à concessionária da Nissan, na Mooca.
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, explicou que a montadora japonesa foi escolhida por conta de denúncias de práticas antissindicais, principalmente nas plantas dos Estados Unidos, onde a multinacional impede que os trabalhadores se organizem e estejam filiados a sindicatos.
“Em pleno século 21, não é possível mais conviver com empresas que desrespeitam os direitos dos trabalhadores, principalmente de organização sindical”, destacou o dirigente.
OIT
Trabalho decente é aquele adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e capaz de garantir uma vida digna aos trabalhadores, segundo a Organização Internacional do Trabalho, a OIT.
No Brasil, a Agenda Nacional do Trabalho Decente inclui a geração de empregos com igualdade de oportunidades, a erradicação do trabalho escravo e infantil e o fortalecimento do diálogo social.
“Ainda estamos muito distantes de conquistar a organização no local de trabalho e as relações ainda são muito selvagens”, lamentou o secretário-geral da CUT.
Para Sérgio Nobre, a prova disso é a quantidade de ações na Justiça de Trabalho, quase três milhões ao ano, a maioria delas reivindicando questões consolidadas desde os anos 1940, como carteira assinada e pagamento de Fundo de Garantia.
“Não basta o País crescer e ter um governo que dialoga, precisamos fazer esses avanços chegarem ao local de trabalho”, concluiu.
Da Redação