Comissão de Igualdade Racial debate racismo velado no Brasil

O racismo no Brasil foi o tema do quarto módulo do curso sobre a lei que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, promovido pela Comissão de Igualdade Racial do Sindicato.

A aula aconteceu nesta segunda feira (20), no Centro de Formação Celso Daniel e contou com a presença de representantes dos sindicatos dos professores, dos trabalhadores na área de construção, de movimentos sociais, de religiões de matrizes africanas e do poder público.

“O racismo no Brasil é uma pratica histórica e aparece em diferentes momentos e aspectos da sociedade”, explicou o professor Deivison Nkosi.

“Ele está presente na cultura e na educação, mas aparece de forma sutil, por isso muitas vezes não percebemos quando acontece”, esclareceu o professor.

 

Racismo e trabalho
No espaço de trabalho não é diferente. A presença de negros nos altos cargos e até mesmo na produção de grandes empresas ainda é muito inferior a de brancos.

 “O racismo está na classe social dominante e isso se reflete no espaço de trabalho”, afirmou Deivison. Por isso, essa desigualdade também está presente nas fábricas da base.

“Aqui, a presença de negros nos altos cargos é praticamente nula e, mesmo no chão de fábrica, são pouquíssimos trabalhadores afro descendentes”, revelou o coordenador do Comitê de Igualdade Racial do Sindicato, Daniel Calazans.

Na luta para diminuir essa diferença, o deputado Vicentinho (PT) apresentou diversos projetos de lei, entre eles o qual determina que o número de trabalhadores negros seja proporcional a população da cidade em que a empresa está instalada.

“A luta pelos direitos dos trabalhadores também inclui o combate à desigualdade racial no espaço de trabalho”, concluiu Calazans.

 

 

 

 

“No mercado de trabalho as políticas de inclusão têm que ser mais efetivas. As oportunidades não são iguais, principalmente pra subir de cargo”. Carlos Roberto Ketu

 

 

 


“É preciso reconhecer que trabalhadores negros são excluídos. Muitas vezes as pessoas são capacitadas e ficam de fora somente pela aparência”. Magda de Almeida

 

 

 

 

“Reconhecer o racismo é muito difícil, as pessoas não admitem e até chamam de exagero. Só sabe que o racismo existe quem o sente na pele”. Pedro Paulo

 

 

 

 

“Antes, o negro não podia trabalhar em certos lugares e, quando contratado, dificilmente era promovido. Hoje melhorou, mas ainda há muita discriminação”. Lucia Makena

 

 

 

 

Da Redação