Sindicato foi decisivo para a volta do crescimento
Metalúrgicos ocuparam a via Anchieta, em julho do ano passado, contra a enxurrada de produtos importados, que já ameaçavam os empregos da categoria. Foto: Raquel Camargo / SMABC
O papel do Sindicato foi decisivo para a retomada do crescimento da indústria automotiva, que apresentou alta de 10,5% na produção de novembro em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da Anfavea (sindicato dos produtores de veículos), divulgada no último dia 4.
“Esse resultado reflete todo o empenho que tivemos para impedir que as importações desenfreadas, destruíssem o parque industrial do ABC e colocassem em risco os postos de trabalho”, lembrou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
O licenciamento de veículos importados bateu recorde em 2011, acumulando – de janeiro a novembro – alta de 32,3%. Os novos dados divulgados pela Anfavea, para o mesmo período deste ano, apresentam um recuo de 5,8%.
Para Wagnão, as manifestações dos metalúrgicos, que ocuparam em protesto a rodovia Anchieta e as ações conjuntas a outros sindicatos e até mesmo ao empresariado do setor foram fundamentais para reverter o quadro.
“Denunciamos o efeito danoso das importações sobre os empregos e propomos saídas emergenciais e de longo prazo para recuperar e fortalecer a indústria e o mercado interno de veículos”, disse o dirigente.
Pressão
Com a pressão dos trabalhadores, o governo federal tomou medidas para conter as importações e estimular o mercado interno de veículos, como a redução do Imposto sobre Produto Industrializado, o IPI e a readequação nas tarifas para importações.
“Esses resultados provam que estávamos certos na busca de uma ação para conter a avalanche de produtos estrangeiros”, analisou o secretário-geral.
Crise
A retomada da produção no setor automotivo só não foi mais robusta em função das exportações, que foram afetadas por conta da crise econômica europeia e norte-americana, que influenciou alguns países da América Latina consumidores dos veículos produzidos no Brasil, como a Argentina.
“Se não tivéssemos fortalecido o mercado interno, neste momento de crise lá fora, estaríamos todos na rua protestando contra o desemprego na categoria”, concluiu.
Da Redação