“Empresário não paga imposto sobre lucro. Trabalhador também não deve pagar”
Metalúrgicos do ABC voltarão às ruas para defender a medida que aumenta a produção e o emprego e promove justiça tributária, já que empresários não pagam impostos sobre lucros
Enquanto um trabalhador que recebe PLR de R$ 4.000,00, por exemplo, paga R$ 376,05 de IR (alíquota de 9,4%), um investidor da Bolsa de Valores ao receber dividendos ou no mesmo valor, não paga nada (alíquota 0%). O mesmo acontece com um empresário, que não paga imposto de renda sobre o que recebe.
Este é um dos motivos que levará os metalúrgicos do ABC a voltar às ruas e reivindicar o fim da cobrança do imposto de renda sobre a PLR.
Se a reivindicação da categoria for atendida, cerca de R$ 1,61 bilhão serão injetados na economia nacional, aumentando o consumo, a produção e o emprego. Este é outro motivo pelo qual os trabalhadores se manifestarão.
O valor é a diferença entre a arrecadação atual e a adequação da alíquota proposta por sindicatos de trabalhadores de diversos setores.
Essa distorção acontece na regulamentação da lei que prevê o pagamento da PLR, já que dois itens dessa lei apresentam entendimento contrário entre si.
Um afirma que não pode existir qualquer encargo e o outro afirma que a PLR será tributada na fonte. Essa confusão na lei mostra que ela necessita ser revista.
O deputado Vicentinho (PT-SP) elaborou projeto de lei que corrige essa distorção. A matéria tramita no Congresso Nacional, mas sem a pressão dos trabalhadores vai demorar ainda mais para ser votada.
“Isentar a PLR de IR é promover justiça social, uma vez que mais dinheiro no bolso do trabalhador faz girar toda a economia do País. Empresário não paga imposto sobre lucro. Trabalhador também não deve pagar”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre (foto).
Da Redação