Da redação até as fábricas. Todo dia

A impressão da Tribuna Metalúrgica começa às 18h30, quando Luiz Roberto Coutinho, gerente da Simetal Gráfica Editora, recebe o arquivo do jornal via internet.

Imediatamente o arquivo é colocado no CTP, um sistema digital de chapas nas cores básicas que são instaladas em cilindros de uma máquina impressora rotativa. O papel que será impresso passa sucessivamente por esses cilindros.
Quando sai da máquina é dobrado e cortado. São 22h e está ponto o exemplar da Tribuna que circulará no dia seguinte.

A distribuição começa na própria Simetal. Duas pessoas colocam o jornal em um veículo e o entregam em 55 empresas – principalmente montadoras e grandes autopeças –, na Sede e nas Regionais Diadema e Ribeirão Pires. Até as 2h eles rodaram 160 km e completaram o serviço.

Cada Sede ou Regional tem equipes próprias para distribuir o jornal. Evandro Dias Sampaio, o Carrapicho, da assessoria de base em São Bernardo, conta que são três equipes na cidade.

Eles começam às 5h50 e visitam pelo menos 120 fábricas todos os dias, seguindo o mesmo itinerário. Na maioria delas o jornal é entregue aos vigilantes que os repassam aos trabalhadores.

A entrega mão em mão acontece nas empresas escolhidas anteriormente. O momento da entrega é aproveitado para uma conversa, onde o metalúrgico denuncia se há algum problema na fábrica. Diversas denúncias sobre atraso de pagamento, definição de eleições de CIPA, falta de recolhimento do FGTS e outras surgiram assim.

Como nas Regionais, esta parte da entrega termina por volta das 10h, quando não ocorre qualquer imprevisto como a realização de alguma assembleia extraordinária, por exemplo.

Na Regional Diadema, um motoqueiro entrega o jornal em cerca de 40 empresas e três equipes também iniciam seu trabalho pouco antes das 6h, revela Francisco Pereira Lima, da assessoria de base. Eles cobrem mais de 200 empresas e também mapeiam em quais a distribuição deve ser feita manualmente.

Em Ribeirão Pires, a equipe formada por Juarez Costa Neves e José Hamilton de Oliveira, o Cabelo – se divide e responde por mais de 70 fábricas todos os dias, repetindo o esquema dos demais.

“Jornal é bom, mas pode melhorar”
Na ponta final da distribuição estão os leitores, como a torcedora do Santos Taís Nicoletti, de 24 anos, operadora de máquinas na Daiwa, em Diadema.

Taís, que faz o turno das 14h às 22h, confessa que não lê a Tribuna todos os dias, apesar de elogiar bastante o jornal e considerar que ele esclarece bastante vários assuntos de interesse dos trabalhadores.

Na opinião da torcedora santista, que revela ter roído completamente as unhas vibrando com seu time na Copa Libertadores da América, falta ao jornal algumas seções que o tornem mais leve.

Alguma página de futebol, por exemplo, ou moda, fariam Taís ler mais vezes a Tribuna que é basicamente destinada a ela. Certamente é uma boa sugestão para o jornal. 

Da Redação