Sindicato e Mercedes retomam negociações. Greve entra no 5º dia

“A modernidade chega em todos os campos da fábrica , menos na relação de trabalho”
Pouco tempo após assembleia na portaria da fábrica na manhã de ontem, o Sindicato e a Mercedes, em São Bernardo, retomaram as negociações contra as demissões anunciadas na última semana. Nesta primeira rodada, não houve avanços. As conversas continuam hoje, a partir das 14h.
Nem a chuva afastou os companheiros que estiveram na montadora nesta quinta, dia 27, para dar os encaminhamentos à luta. Hoje, a greve entra no quinto dia com os companheiros demonstrando a mesma garra e determinação iniciais. Neste período, nenhuma peça foi produzida.
“Vim trazer uma palavra não só de solidariedade, mas também para lembrar que a história se repete. A modernidade chega em todos os campos da fábrica , menos na relação de trabalho, e isso é o que nós temos que repudiar”, declarou o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcísio Secoli, que esteve presente na atividade.
“O Sindicato fez sua parte e continua fazendo. Foi à Brasília, buscou o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, para garantir condições em momentos de crise para a manutenção dos empregos na base. A fábrica afirma que isso não é suficiente e não quer trabalhar deste jeito”, prosseguiu.
Para o coordenador do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, a ação desta quarta foi muito importante. “Em 1978, na primeira grande greve, o Lula disse uma frase que vem se colocando no espírito do movimento. ´Que ninguém jamais ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores´”, lembrou o dirigente.
“E a mobilização que saiu da Mercedes, e marchou pela Anchieta até a autopeças Rassini, foi uma mostra de que não aceitaremos calados essa e nenhuma outra lógica unilateral de demissão. Vamos lutar por nossos direitos até onde for possível, até a vitória”, concluiu Max.
A assembleia de ontem recebeu o apoio do Sindicato dos Bancários do ABC. Acompanhe todos os detalhes da greve pelo site e Facebook do Sindicato.
Quem está na luta pelos empregos!
“Minha reação foi de espanto ao saber da minha demissão. Estou há anos na fábrica, nunca faltei ou dei um motivo sequer para ser tratado apenas como um número, mesmo com problemas de saúde. Tenho os dois ombros comprometidos, a coluna e faço tratamento contra trombose. E sempre continuei firme porque valorizo o meu trabalho. A dor agora não é só física, e sim emocional”. Leandro Dias da Silva, 11 anos, na Montagem de Caminhão
“Nunca recebi uma carta de demissão, mas já senti tudo isso na pele. Meu marido, que estava em layoff no primeiro semestre, foi demitido, o que nos abalou profundamente. Fico emocionada porque amanhã pode ser eu, por ver pais e mães que não poderão contar mais com aquela renda certa todo o mês. Que dependem do convênio, que pagam a escola dos filhos, que colocam comida na mesa”. Sueli Maria Bertuzzi Freitas, 11 anos, na Logística
“Aqui ninguém está sozinho. Não para de chegar carta na casa do trabalhador na Mercedes. Parece que esta angústia não tem mais fim. Por isso eu luto pela reversão destas demissões, ainda mais em um momento de baixa atividade econômica. O Programa de Proteção ao Emprego é a nossa chance. Vamos, Mercedes. Acorde! Muitas empresas já estão aceitando o PPE porque a nossa montadora não?”. Jarbas Santos Dias, 16 anos, na Mudanças e Instalações
Da Redação

Trabalhadores na Mercedes na manhã desta sexta, dia 28, na portaria da fábrica

Pouco tempo após assembleia na portaria da fábrica na manhã de ontem, o Sindicato e a Mercedes, em São Bernardo, retomaram as negociações contra as demissões anunciadas na última semana. Nesta primeira rodada, não houve avanços. As conversas continuam hoje, a partir das 14h.

Nem a chuva afastou os companheiros que estiveram na montadora nesta quinta, dia 27, para dar os encaminhamentos à luta. Hoje, a greve entra no quinto dia com os companheiros demonstrando a mesma garra e determinação iniciais. Neste período, nenhuma peça foi produzida.

“Vim trazer uma palavra não só de solidariedade, mas também para lembrar que a história se repete. A modernidade chega em todos os campos da fábrica , menos na relação de trabalho, e isso é o que nós temos que repudiar”, declarou o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcísio Secoli, que esteve presente na atividade.

“O Sindicato fez sua parte e continua fazendo. Foi à Brasília, buscou o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, para garantir condições em momentos de crise para a manutenção dos empregos na base. A fábrica afirma que isso não é suficiente e não quer trabalhar deste jeito”, prosseguiu.

Para o coordenador do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, a ação desta quarta foi muito importante. “Em 1978, na primeira grande greve, Lula disse uma frase que vem se colocando no espírito do movimento. ´Que ninguém jamais ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores´”, lembrou o dirigente.

“E a mobilização que saiu da Mercedes, e marchou pela Anchieta até a autopeças Rassini, foi uma mostra de que não aceitaremos calados essa e nenhuma outra lógica unilateral de demissão. Vamos lutar por nossos direitos até onde for possível, até a vitória”, concluiu Max.

A assembleia de ontem recebeu o apoio do Sindicato dos Bancários do ABC. Acompanhe todos os detalhes da greve pelo site e Facebook do Sindicato.

Quem está na luta pelos empregos!

“Minha reação foi de espanto ao saber da minha demissão. Estou há anos na fábrica, nunca faltei ou dei um motivo sequer para ser tratado apenas como um número, mesmo com problemas de saúde. Tenho os dois ombros comprometidos, a coluna e faço tratamento contra trombose. E sempre continuei firme porque valorizo o meu trabalho. A dor agora não é só física, e sim emocional”. Leandro Dias da Silva, 11 anos, na Montagem de Caminhão

“Nunca recebi uma carta de demissão, mas já senti tudo isso na pele. Meu marido, que estava em layoff no primeiro semestre, foi demitido, o que nos abalou profundamente. Fico emocionada porque amanhã pode ser eu, por ver pais e mães que não poderão contar mais com aquela renda certa todo o mês. Que dependem do convênio, que pagam a escola dos filhos, que colocam comida na mesa”. Sueli Maria Bertuzzi Freitas, 11 anos, na Logística

“Aqui ninguém está sozinho. Não para de chegar carta na casa do trabalhador na Mercedes. Parece que esta angústia não tem mais fim. Por isso eu luto pela reversão destas demissões, ainda mais em um momento de baixa atividade econômica. O Programa de Proteção ao Emprego é a nossa chance. Vamos, Mercedes. Acorde! Muitas empresas já estão aceitando o PPE porque a nossa montadora não?”. Jarbas Santos Dias, 16 anos, na Mudanças e Instalações

Da Redação