Indústria do ABC gera 1.550 vagas em setembro

Após encerrar agosto com saldo negativo de vagas, a indústria no Grande ABC se recuperou e fechou setembro com o segundo melhor resultado do ano: 1.550 postos de trabalho. O saldo é fruto do bom desempenho da economia, que se prepara para atender à demanda de fim de ano que tradicionalmente aquece o mercado.

Os dados são levantados pela pesquisa mensal da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Na região, a maior parte das vagas foram abertas pelos setores de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, que cresceu 1,03% no mês, produtos químicos, que avançou 0,86%, veículos automotores e autopeças, 0,85% e produtos de borracha e material plástico, 0,19%.

Do saldo de 1.550 postos de trabalho gerados no Grande ABC, Diadema respondeu pela metade: 750. Na cidade, os segmentos de produtos químicos (2,95%), produtos de metal exceto máquinas e equipamentos (2,28%) e veículos automotores e autopeças (0,23%) puxaram o resultado positivo.

Na avaliação do vice-diretor do Ciesp regional de Diadema, Donizete Duarte da Silva, a expressiva abertura de vagas surpreende por conta do movimento crescente de importação, favorecido pelo real valorizado. “Por um lado, esse é um período em que a indústria contrata bastante devido à grande sazonalidade existente no fim de ano. Por outro, a enxurrada de itens importados dispensa a necessidade de mão de obra”, aponta. “Muitas empresas param de produzir, compram produtos prontos da China e apenas embalam com seu nome.”

O diretor do Ciesp regional de Santo André, que abrange também Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Shotoku Yamamoto, concorda com Silva, e defende que, não fosse o câmbio valorizado, as montadoras não comprariam tantas máquinas e moldes usados importados e a geração de emprego seria ainda maior. “Se continuar desse jeito, a tendência é que a necessidade de produtos nacionais diminua e, com ela, a mão de obra também.”

Nas quatro cidades o saldo em setembro foi de 250 vagas, abertas principalmente pelos setores de produtos de borracha e material plástico (2,24%), produtos químicos (1,45%) e veículos automotores e autopeças (1,35%).

O dólar, que em setembro estava na média de R$ 1,74, ontem fechou a R$ 1,66. “Estamos vivendo momento perigoso. Se dependermos exclusivamente do mercado interno, que tem segurado a economia, vamos perder muitas vagas”, diz Silva.

 Do Diário do Grande ABC