Puxado pela indústria, PIB paulista cresce 1,2% no 2º trimestre
Puxada pela indústria e, em menor grau pelos serviços, a economia de São Paulo cresceu 1,2% no segundo trimestre, em comparação aos três primeiros meses deste ano, feitos os ajustes sazonais, de acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). De janeiro a março, a atividade no Estado recuou 0,2% na comparação com o último trimestre de 2012.
No confronto com o mesmo período do ano passado, o PIB paulista teve elevação de 2,7%, também um desempenho melhor que o do primeiro trimestre, quando a atividade econômica subiu 0,8% nessa base de comparação. Em 12 meses, a economia do Estado avançou 1,8%. No primeiro trimestre, essa taxa era de 1,3%.
Guardadas eventuais diferenças metodológicas, o desempenho da economista paulista foi melhor que a média nacional. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que tenta antecipar a tendência do PIB do país, mostrou aumento de 0,89% no segundo trimestre, ante o primeiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informará o PIB nacional do segundo trimestre nesta sexta-feira, 30. Analistas esperam crescimento entre 0,8% e 1,1% sobre o primeiro trimestre.
Com o crescimento de 1,2%, o PIB paulista alcançou R$ 386,3 bilhões no segundo trimestre, sendo R$ 321,7 bilhões referentes ao valor adicionado e R$ 64,6 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
Indústria
A indústria, com crescimento de 1,8%, e os serviços, com aumento de 0,7%, puxaram a atividade do Estado paulista no período. A agropecuária teve queda de 1,0%.
Vagner Bessa, gerente de indicadores econômicos da Fundação Seade, destaca a recuperação da atividade industrial, que no trimestre anterior cresceu apenas 0,2%. “Houve segmentos importantes que foram bem por causa dos subsídios, caso do automobilístico, mas investimentos feitos em anos anteriores no Estado, como em telecomunicações, estão dando resultado [agora]”, disse.
Dentro da indústria, o destaque foi segmento extrativo mineral, com crescimento de 17,4%, que pode ser explicado pelo desempenho da produção de petróleo, que passou de 2.373.255 barris para 6.643.769 barris, entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, representando um incremento de 180%, segundo a Seade. Mas, Bessa pondera que a atividade extrativa tem peso de apenas 0,6% na indústria do Estado.
Já a indústria de transformação apresentou aumento de 2,2% influenciado pelo comportamento das indústrias de máquinas para escritório e equipamentos de informática (23,9%), farmacêutica (12,0%), máquinas e equipamentos (7,8%), outros equipamentos de transporte (7,3%) e metalurgia básica (6,6%).
Construção civil
A construção civil teve aumento de 0,3% no segundo trimestre, ante o trimestre anterior e a produção e distribuição de eletricidade e gás, etc., subiu 0,2%.
Serviços
O valor adicionado dos serviços, com alta de 0,7%, foi puxado pelas atividades do comércio e serviços de manutenção e reparação, com taxa de 0,9%, pelos transportes, armazenagem e correio (6,8%) e pelos demais serviços (0,8%). Bessa avalia que o setor de serviços poderia ter tido desempenho melhor se o comércio tivesse registrado desempenho mais robusto, o que não ocorreu por conta da desaceleração do consumo das famílias.
Ele destacou os serviços prestados às empresas, em que São Paulo tem o núcleo mais importante do país. “Esse segmento acompanha a atividade econômica e foi relativamente bem”, afirmou. “Já serviços pessoais e comércio foi bastante afetado pela inflação”.
Agropecuária
A queda da agropecuária deve-se ao comportamento das culturas de café e milho. A produção de café no Estado caiu 20% ante a safra passada e, a do milho primeira safra, cedeu 3%.
Perspectiva
Embora não tenha ainda feito o tratamento dos indicadores para julho e agosto, Bessa afirmou que não tem perspectiva tão pessimista para o terceiro trimestre, como ocorre com alguns analistas e economistas.
“Temos visto recuperação da atividade em setores importantes como a indústria e o fato de as sondagens de confiança terem mostrado queda em julho, há que se ter cuidado ao fazer uma relação tão direta, imediata, entre confiança e atividade. Pode ser que fatores diversos ou novos incentivos econômicos mudem o quadro”, afirmou.
Do Valor Econômico