Com Inovar-Auto, caem preços de importados

Inscritas no Inovar-Auto (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores), diversas montadoras já começaram a reduzir o preço de seus carros importados. O programa, criado pelo Governo Federal e em vigor desde janeiro, concede benefícios fiscais às marcas que se instalarem no País ou se comprometerem a investir em tecnologia e pesquisa no Brasil. Por isso, com a redução de impostos, as empresas já conseguem oferecer carros mais baratos. 

As alemãs BMW, Audi e Mercedes-Benz, por exemplo, anunciaram novos preços recentemente. Os modelos da BMW tiveram redução de até 60% na tabela. O Série 6, vendido anteriormente por R$ 577.200, agora está disponível por R$ 399.950. O modelo de entrada da marca, o Série 116i, caiu de R$ 104.950 para R$ 89.950. “Com a habilitação provisória no Inovar-Auto e a construção da fábrica em Santa Catarina daremos sequência à nossa estratégia de liderança no mercado premium nacional”, diz Torben Karasek, diretor financeiro e atual presidente interino do BMW Group Brasil. A fábrica na região Sul deverá ficar pronta no próximo ano. 

Por sua vez, a Mercedes-Benz reduziu em quase 25% os preços. O modelo mais barato da montadora, a minivan B200 Turbo, teve queda de 9,49% e parte agora de R$ 104.900. Na linha AMG, divisão de carros esportivos que reúne alguns dos modelos mais desejados da marca, o destaque é do C 63 AMG, que teve o maior desconto, de 24,28%, e passa a custar R$ 377.500. 

Os preços da Audi caíram até R$ 33.500. O A8, veículo com maior baixa, caiu de R$ 563.500 para R$ 530 mil. O A1, modelo de entrada da marca no Brasil, era ofertado por R$ 94.900 e sai agora por R$ 79.900, mantendo o posto de carro mais barato da montadora. A empresa afirmou que estuda a possibilidade de construir uma fábrica no Brasil, o que poderia amenizar ainda mais os valores cobrados pelos carros. Embora ainda não confirme, a Audi provavelmente usará o espaço da fábrica da Volkswagen, empresa parceira de grupo, no Paraná, para a produção nacional. 

Peças nacionais

De acordo com as marcas, a nacionalização da produção é, agora, uma tendência do mercado e deve garantir a competitividade dos veículos antes importados. A utilização de peças produzidas em território brasileiro, informam as montadoras, não deve ser vista com desconfiança pelos motoristas, porque, além de serem mais baratos em comparação aos trazidos de outros países, esses componentes têm a mesma qualidade dos utilizados na linha de produção de outros mercados. 

A BMW, por exemplo, que pretende ‘ligar’ a linha de produção nacional já em 2014, promete fabricar seus veículos no Brasil exatamente com o mesmo padrão que utiliza em outros países. Ou seja, sob a mesma plataforma, itens de série, propulsores e acabamento devem ser mantidos. 

Preços menores

De acordo com Luiz Carlos Mello, diretor do Centro de Estudos Automotivos AutoData, a baixa nos preços das montadoras inscritas no Inovar-Auto é praticamente uma obrigação. “Não teria sentido ser beneficiado com o desconto do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e não repassar esse desconto para o consumidor”, disse. 

O especialista, no entanto, não acredita que as montadoras já instaladas no País reduzirão os preços de modelos produzidos por aqui. “Vivemos um momento positivo da indústria. O programa fará com que as montadoras, em tese, produzam carros de maior qualidade e este processo demanda custos. Não creio que as empresas aqui já instaladas façam descontos expressivos por conta exclusivamente da produção nacional. O que pode ocorrer é que a própria concorrência de mercado ajuste os valores para baixo”, afirmou.