Maior montadora de caminhões da China anuncia fábrica no Brasil
A Foton Aumark, representante no Brasil da Beiqi Foton Motor Co, maior montadora de caminhões da China, chega ao país e já promete a construção de uma fábrica ainda em 2013. Orlando Merluzzi, vice-presidente da Foton, adianta que a empresa já começou a prospectar interessados em representar a marca e abrir concessionárias nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal.
Com trinta anos no mercado automotivo e passagem por empresas como Ford, Volkswagen e Volvo, Merluzzi explica que a empresa chinesa de regime misto vê o Brasil como mercado potencial para o início de sua expansão rumo ao exterior. “A companhia está com um plano muito sólido de abrir fábricas pelo mundo nos próximos oito anos. Plantas já estão sendo construídas na Índia e Rússia. A próxima será no Brasil”.
Merluzzi não revela em que região do país ficará a fábrica, mas afirma que as negociações com o estado já estão avançadas. “Tivemos que antecipar a construção de 2018 para 2013 em função da lei que beneficia as montadoras nacionais”. A Beiqi já possui concessionárias em Guarulhos, Várzea Paulista e Jundiaí.
Para o executivo, o mercado de caminhões na América Latina tem atraído atenção de diversas montadoras estrangeiras. “Quem quer crescer na indústria de caminhões tem que estar presente na região e principalmente no Brasil. O país representa atualmente 70% do volume de caminhões que é produzido na América Latina”, ressalta.
A Foton já está importando, há três anos, volume significativo de unidades. Neste período, a empresa cuidou dos processos burocráticos e a homologação de modelos. Além das três concessionárias, a chinesa está com uma importadora, uma distribuidora e uma empresa de serviços. “Agora estamos no processo de conversar com nossos futuros parceiros. O objetivo é abrir 30 concessionárias até o final de 2013”.
A estratégia da empresa é oferecer concessionárias enxutas que reduzam custos e que enfoquem mais o produto do que o espaço. “É uma estratégia simples e bastante diferente do que existe. Queremos que nossos parceiros tenham maior dinamismo, para isso, estamos optando por abrir mão de concessionárias imponentes e valorizar espaços simples”.
A primeira linha da montadora no Brasil dará prioridade para o segmento leve e semi-leve entre 3,5 e 8,5 toneladas. Sobre o desafio de vender uma marca chinesa ao Brasil, o executivo conta que ainda é desafiador apresentar a marca ao mercado, mas é importante diferenciar a qualidade e origem dos produtos. “É preciso saber o que é uma marca chinesa e o que é uma marca produzida na China. Os componentes utilizados são de fornecedores globais e qualidade inquestionável”.
Sobre a lei que aumenta o IPI de carros importados, Merluzzi prefere ser político e afirma que o único impacto que a decisão teve foi o adiantamento da fábrica. “Não seria correto de minha parte criticar a lei, o governo está fazendo a lição de casa. No ano passado eu fui um grande critico, mas hoje eu posso dizer que este projeto é de extrema competência e vai ajudar o setor no país”.
Na próxima semana, a empresa pretende inaugurar uma concessionária modelo em Jundiaí. Outra chinesa que está entrando no segmento de caminhões e pretende anunciar sua linha no Brasil nos próximos dias é a Jac Motors.
Do Isto é Dinheiro