Trabalhador da indústria nos EUA ganha quase 5 vezes mais que no Brasil
Embora os salários tenham avançado nos emergentes, os ganhos nesses países estão muito distantes dos valores pagos aos trabalhadores nas economias centrais, mostra Relatório Mundial sobre salários 2012/13 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 124 países. Um trabalhador da indústria recebe, por hora, US$ 1,40 nas Filipinas, US$ 5,50 no Brasil, US$ 13 na Grécia, US$ 23 nos Estados Unidos e quase US$ 35 na Dinamarca.
A crise afetou a expansão dos salários no mundo, diz a OIT. Os salários médios cresceram 1,2% em 2011 – abaixo de 2007 (3%) e 2010 (2,1%). Sem a China, o avanço seria de 0,2%.
O informe mostra com clareza que a crise teve um forte impacto sobre os salários e, por extensão, sobre os trabalhadores – disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. – Mas o impacto não foi uniforme.
Em 2011, o salário médio nos desenvolvidos caiu 0,5%. Já no Leste da Europa e na Ásia Central, houve alta de 5,2%. Na América Latina e Caribe, o crescimento foi de 2,2%.
A participação da renda dos trabalhadores no PIB é cada vez menor na maioria dos países, o que alimenta o risco de mal-estar social e afeta o consumo, afirmou a OIT no relatório. Em 16 economias desenvolvidas, a proporção média do trabalho diminuiu de 75% da renda nacional em meados dos anos 1970 para 65% nos anos imediatamente anteriores à crise. Recuperou-se por pouco tempo, mas caiu após 2009. Em 16 economias em desenvolvimento e emergentes, diminuiu de 62% do PIB nos primeiros anos da década de 1990 para 58% antes da crise.
Isto afetou a percepção do que é justo, sobretudo se consideradas remunerações desproporcionais de alguns executivos – disse Patrick Belser, um dos autores do relatório.
O emprego nos EUA cresceu mais rapidamente do que o esperado em novembro, mas a taxa de desemprego ainda reflete um mercado de trabalho morno. A taxa de desemprego caiu para 7,7% no mês passado, a menor desde dezembro de 2008. Mas a queda ocorreu porque as pessoas desistiram de buscar trabalho, o que não é bom para a economia.
De todo modo, os dados do mercado trabalho nos EUA animaram os investidores e o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou o pregão com alta de 1,44% aos 58.487 pontos e volume negociado de R$ 5,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa subiu 1,76%. Já o dólar comercial passou a maior parte do dia em queda frente ao real, mais fechou em alta. A moeda encerrou o dia com alta de 0,57%, a R$ 2,091. Na semana, fechou em queda de 1,87%. No ano, alta de 11,91%.
As Bolsas europeias fecharam em sentidos opostos, refletindo dados nos Estados Unidos e previsões pessimistas sobre a economia alemã. A Bolsa de Madri caiu 0,79%; Frankfurt recuou 0,34%; Paris subiu 0,03%; e Londres valorizou-se 0,16%.
Do O Globo