Empresários fazem coro e pedem a Mantega manutenção de IPI menor

 

Como era esperado, empresários de setores atendidos pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aproveitaram o encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para pedir prorrogação da medida e a inclusão de novos produtos na lista dos desonerados. Mantega, apesar de ter considerado o resultado dos benefícios positivo, não sinalizou como o governo deverá agir.

Na sexta-feira, chegam ao fim os incentivos aos fabricantes da linha branca e do setor automotivo. Prevalecem na área econômica, porém, dúvidas sobre se uma nova prorrogação do IPI reduzido continuará surtindo os mesmos resultados para a economia.

“O ministro não se comprometeu com absolutamente nada, mas em pouco tempo tem que dar as soluções porque todas as medidas têm prazo de validade”, disse o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz.

Hoje, Mantega fará uma nova rodada de avaliação dos benefícios concedidos à indústria automotiva. Ele vai se encontrar, pela manhã, com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Na reunião realizada ontem, Mantega afirmou que a economia está se recuperando de forma gradual. A perspectiva é de que a economia brasileira cresça num ritmo entre 4% e 4,5% no próximo ano.

“O ministro aprendeu a lição com a presidente Dilma e quis saber os detalhes, incluindo o que está depois da vírgula”, contou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Ele quer que o IPI reduzido para o setor, que termina em 31 de dezembro deste ano, seja estendido até o fim de 2013. Além disso, pediu que a lista de produtos desonerados seja ampliada para mais 50 itens.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, pediu para que o IPI reduzido para a linha branca seja prorrogado até o final do ano. Ele explicou que a produção industrial do setor de eletro e eletrônico teve uma queda de 10% no primeiro semestre, mesmo com o crescimento de 8,6% da produção da linha branca. “Essas medidas [de desoneração] são positivas para o consumidor e para o crescimento da atividade industrial”, frisou. “Tenho uma expectativa positiva quanto à prorrogação”, acrescentou Barbato. Já o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que representa o setor da linha branca, Lourival Kiçula, destacou que, se queda do IPI não for prorrogada por mais quatro meses “claramente as vendas vão diminuir”. Caso o governo atenda o pedido da entidade, Kiçula disse que este será um ano “magnífico” para o setor.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Fernandez, acredita que este é o momento para o governo manter o IPI baixo para contemplar as vendas de Natal. A redução do IPI para móveis vale até dia 30 de setembro.

Do Valor Econômico