Movimento defende emprego e produção nacional

Trabalhadores vão lançar em São Paulo o "Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego", movimento nacional organizado pelas centrais sindicais e entidades patronais

Na próxima quarta-feira, mais de 100 mil trabalhadores vão lotar o pátio da Assembleia Legislativa de São Paulo para lançar no Estado o “Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego”. Atos semelhantes já foram realizados em Porto Alegre e Florianópolis e se repetirão por todo o País.

A atividade integra um movimento nacional organizado pelas centrais sindicais e entidades patronais, que exige medidas urgentes para construir um Brasil desenvolvido e justo.

Entre as reivindicações estão a redução dos juros e outras medidas eficazes para reduzir as importações desenfreadas, que estão prejudicando a produção nacional e ameaçando os empregos no Brasil.

“A situação ficou tão complicada, que o crescimento do consumo brasileiro no ano passado não contribuiu para aumentar a produção da indústria nacional”, denuncia Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, que participa da organização do movimento.

“Isto acontece porque o consumo extra foi suprido com as importações que têm, nas próprias empresas nacionais seus maiores compradores”, explica.

“Assim, a indústria nacional é ao mesmo tempo vilã e vítima neste processo, ao criticar veementemente a concorrência desleal com produtos estrangeiros e, por sua vez, consumi-los maciçamente em partes de seu sistema fabril”, prossegue o dirigente.

“Boa parte das indústrias instaladas no Brasil são multinacionais e essas empresas não tem pátria. O compromisso do “Grito de Alerta” não é com elas, mas com empresas que produzem aqui, geram empregos e riquezas no País”, afirma Sérgio Nobre.

Ele alerta que os empresários e trabalhadores que fazem parte do movimento não são contra as importações. Porém exigem que sejam feitas quando não há produção nacional para o bem a ser importado ou quando for agregar valor e desenvolvimento tecnológico à produção nacional.

Os setores mais atingidos pela enxurrada de produtos importados, sobretudo da China, são autopeças, máquinas, eletroeletrônicos, vestuário e calçados.

Isto provoca a perda da competitividade da indústria. Sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 27%, em 1985, para 16% em 2011.

Confira o calendário do movimento
Cerca de cinco mil trabalhadores e empresários participaram do primeiro ato do “Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego”, realizado na tarde de segunda-feira (26/3), no centro de Porto Alegre. O movimento prosseguiu nesta quarta-feira (28/3), com uma manifestação em Santa Catarina. Veja as demais datas:

3 de abril: Paraná – Curitiba
Horário: 14h

4 de abril: São Paulo
Horário: 10h

13 de abril: Manaus
Horário: 18h

10 de maio: Brasília

As datas para atos no Nordeste e outros Estados estão sendo agendadas.

Da Redação