Sindicalistas debatem linha branca em Brasília

Dirigentes de sindicatos e entidades filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão se reunir nesta quinta-feira (8/3), às 10h30, com o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, para tratar das alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos produtos da linha branca (máquinas de lavar, fogões, geladeiras etc.) feitos no Brasil.

O problema começou no ano passado, quando o governo federal baixou os impostos dos produtos no setor para incentivar seu consumo. A medida foi um sucesso e as vendas das indústrias localizadas na região de São Carlos (SP) explodiram.

A decisão, no entanto, não foi acompanhada de uma contrapartida das empresas, como manter o índice de nacionalização dos produtos em percentuais superiores a 50%, por exemplo.

Como todas as indústrias do setor são multinacionais, elas aproveitaram o lapso para importar peças e componentes de suas matrizes em vez de comprá-los das pequenas e médias produtoras nacionais como faziam.

O resultado foi a forte queda de produção nas indústrias locais, provocando o fechamento de fábricas e o crescimento do desemprego.

Como o protocolo de redução do IPI para linha branca expira no próximo dia 31, o governo federal chamou essa reunião para saber se deve ou não renovar o acordo. 

“Problema não é só do setor automotivo”
O Ministério da Fazenda quer ouvir principalmente dirigentes de sindicatos e entidades ligadas ao setor automotivo, pois o acordo no setor foi bem sucedido ao lançar mão de contrapartidas – sendo o conteúdo nacional uma das principais delas.

“A questão das importações não interessa apenas ao setor automotivo”, destacou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre. “O problema é de toda a indústria de transformação, da qual a linha branca é apenas mais um exemplo”, concluiu.

Da Redação