Fábricas se livraram de boa parte do encalhe

A indústria já se livrou de boa parte dos estoques excessivos que acumulava no último trimestre do ano passado e está pronta para voltar a crescer, ainda que em ritmo moderado, revela a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De 14 segmentos pesquisados, apenas três começaram o ano superestocados: móveis, produtos farmacêuticos e têxteis. Juntos, esses segmentos respondem por 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria. Em outubro de 2011, a situação era completamente diferente: oito segmentos, que representam 40% do PIB industrial, estavam com volumes excessivos de produtos. São eles: metalurgia, material de transporte, mobiliário, celulose, matérias plásticas, têxtil, vestuário e calçados e produtos farmacêuticos.

“Diminuiu o desconforto em relação aos estoques excessivos”, observa o responsável pela pesquisa, Aloisio Campelo. Ele destaca as medidas de estímulo do governo, como juros em queda, redução do IPI para eletrodomésticos e aumento de tributação para os carros importados, surtiram efeito. Tanto é a indústria de material de transporte, que engloba toda a cadeia automobilística, registrou o menor porcentual de empresas com estoques líquidos excessivos neste começo de ano. Em janeiro, 1,7% das companhias consultadas declararam ter estoques excessivos, nenhuma tinha estoques insuficientes e 98,7% tinham estoque normal. Em setembro, 17,3% das empresas declararam ter estoques líquidos excessivos.

Baseado nos resultados da pesquisa, que consultou cerca de 1,2 mil indústrias entre os dias 2 e 27 de janeiro, Campelo diz que esse ajuste de estoque indica uma recuperação gradual da indústria no curto prazo. “Não se trata de uma arrancada”, pondera o economista.

Do Estadão