Pressão de sindicalistas faz governo chamar reunião do setor automotivo

Em 30 dias, governo chamará sindicatos, montadoras e autopeças para discutir reivindicações


Sérgio Nobre e Miguel Torres entregam a Tribuna Metalúrgica ao presidente da Câmara, Marco Maia.
Foto: Diógenes Santos / SEFOT

Representando cerca de 360 mil trabalhadores, os presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT), Sérgio Nobre, e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), Miguel Torres, estiveram nesta quarta-feira (26) com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT).

Eles debateram a reivindicação dos trabalhadores, que desejam aumentar dos atuais 21% para 36% o conteúdo regional (peças nacionais ou do Mercosul) dos veículos fabricados no Brasil.

Os companheiros entendem que esta é a melhor maneira de garantir a geração de empregos de qualidade, o fortalecimento da produção nacional, a inovação dos produtos, a qualificação profissional para os trabalhadores e novos investimentos no setor, entre outros avanços.

O conteúdo regional de 21% é alcançado depois que as montadoras retiram dos carros que fabricam 14% de custos de produção, 30% de custos de administração, gestão e lucro e 35% de peças importadas. A soma desses percentuais alcança 100% do preço do automóvel.

Para chegar aos 36% que os sindicatos reivindicam é necessário apenas diminuir de 35% para 20% a quantidade de peças que as montadoras podem importar.

Também participaram da audiência Ana Nice, diretora do Sindicato, e Mônica Veloso, da Força Sindical, reivindicando a votação dos 180 dias de licença maternidade pela Câmara.

Depois da reunião, os sindicalistas foram informados que o governo federal vai convocar, nos próximos 30 dias, encontro de todo o setor automotivo – sindicatos, montadoras e autopeças – para debater índice de nacionalização e investimento em qualificação profissional – as duas reivindicações que levaram os sindicalistas a Brasília.

Metalúrgicos querem investimentos em qualificação profissional
Sérgio Nobre e Miguel Torres reivindicaram apoio a Maia para que o governo destine à qualificação profissional parte do investimento que as montadoras atingidas pela redução do IPI são obrigadas a fazer em inovação tecnológica.

A legislação que isenta IPI de carros importados determina que a montadora beneficiada destine 0,5% de seu faturamento para inovação tecnológica. Esse deve chegar a R$ 1 bilhão este ano.

Os metalúrgicos querem que, além de inovação tecnológica, esse dinheiro financiando o desenvolvimento de plataformas (chassis), modelos, motores, materiais, moldes e ferramentas, engenharia automotiva, qualificação profissional e laboratórios automotivos.

Da Redação