Indústria já importa metade do que usa

Isto significa mais emprego nos países que vendem para nós e menos emprego e renda aos brasileiros


Para o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, importações ameaçam emprego em toda a indústria nacional. Foto: Rossana Lana / SMABC

O déficit da balança comercial da indústria brasileira saltou de R$ 34 bilhões de janeiro a agosto de 2010 para R$ 51 bilhões no mesmo período deste ano – um crescimento de 50% –, segundo o governo federal.

Este forte aumento reflete o ritmo acelerado de crescimento das importações e a queda das exportações do País. De janeiro a agosto de 2005, por exemplo, ele nota que dos 22 setores analisados, 13 tinham saldo comercial positivo. Hoje, esse número caiu para três.

O setor com queda mais impressionante foi o de veículos automotores, que passou de um superávit de R$ 8 bilhões em 2005 para um déficit de igual valor nesse ano.

Para o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, esses números mostram que as importações ameaçam o emprego em toda a indústria nacional e não só no setor automotivo.

Por isso, ele considera que o aumento do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) não significa proteger as montadoras instaladas no País, mas apostar fortemente na produção nacional.

“O governo sinalizou que estamos no início de uma jornada para defender nossa indústria e formarmos, com muita dedicação, uma frente anti-crise para impedir sua chegada no Brasil, pois ela continua devastando a economia nos países centrais”, afirmou.

“Precisamos continuar batalhando para o Brasil criar condições políticas e econômicas para defender nosso mercado de consumo interno contra a violência que ele sofre e que as importações são apenas um dos exemplos”, conclui Rafael.

Da Redação