Fortalecimento da Câmara Setorial vai exigir mais luta


Foto: Raquel Camargo / SMABC

Os metalúrgicos retomam nesta quinta-feira (8) os debates na Câmara Setorial Automotiva enfrentando seu primeiro problema. Nem todas as montadoras concordam em oferecer contrapartidas à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

A Medida Provisória (MP) 540 que implantou o Plano Brasil Maior, a política industrial do governo federal, prevê a elaboração de um novo regime automotivo para País.

Uma de suas propostas é a redução do IPI pago pelas montadoras, desde que elas invistam no desenvolvimento de modelos nacionais, no uso maior de autopeças locais e no aumento da competitividade dos produtos.

“As montadoras que resistem a essa proposta chegaram ao Brasil a partir da metade dos anos 90”, afirma Rafael Marques (foto), vice-presidente do Sindicato.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, não querem participar do Plano Brasil Maior a Toyota, a Citroën, a Renault e a Nissan, porque não aceitam diminuir seu alto volume de importação de autopeças.     

São as mesmas empresas que foram beneficiadas pelo regime automotivo de FHC e pela guerra fiscal entre Estados, que concedeu incentivos fiscais para elas se instalarem no Brasil há vinte anos.

Ainda segundo o jornal, as demais montadoras – como as instaladas no ABC – não apresentaram impedimentos porque chegaram há mais tempo no Brasil e utilizam uma parte importante de conteúdo nacional em seus principais modelos,

“Estamos em um processo de luta em defesa dos interesses dos trabalhadores e da produção nacional”, disse Rafael. Ele acredita que nesse processo serão necessárias novas mobilizações, como a que parou a Via Anchieta em julho, caso as negociações entre trabalhadores, governo e empresas não avancem.

“Só depois daquele protesto o governo federal passou a absorver nossas reivindicações em defesa da produção nacional para o plano Brasil Maior”, destacou o vice-presidente do Sindicato. “Por isto, a mobilização deve ser constante se quisermos sucesso nessas negociações”, concluiu.

Da Redação