Atividade industrial permanece abaixo do usual em junho, aponta CNI
A atividade industrial do país segue abaixo do usual e em desaceleração, e o estoque na indústria ficou muito acima do planejado em julho, aponta nesta terça-feira (23) a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da pesquisa Sondagem Industrial.
Segundo a pesquisa, a indústria operou, em média, com 75% de uso da capacidade instalada (UCI), registrando 45,1 pontos no indicador que mede esse desempenho. É o oitavo mês seguido de recuo no uso da capacidade instalada.
É o oitavo mês consecutivo de recuo no uso da capacidade instalada, diz CNIDos 26 setores da indústria de transformação, 22 operam com atividade abaixo do usual.
A análise por porte aponta queda da produção das pequenas empresas, estabilidade das médias e crescimento das grandes. No entanto, mesmo registrando crescimento da produção, as grandes empresas também mostraram uso da capacidade instalada abaixo do usual para o mês.
O nível de estoques continua acima do planejado. Na passagem de junho para julho, o índice de estoque efeito-planejado cresceu de 53,0 para 53,9 pontos, se afastando ainda mais da linha divisória de 50 pontos – os indicadores variam de zero a cem. Valores acima de 50 mostram evolução positiva, estoque acima do planejado ou utilização da capacidade instalada (UCI) acima do usual.
A evolução do número de empregados na indústria também ficou estável, com 50,1 pontos.
O economista da CNI Marcelo de Ávila avalia, em nota, que mesmo com a desaceleração na atividade industrial, registrada desde o início do ano, os estoques indesejados tiveram um crescimento elevado em julho. “Como esses estoques precisam ser desovados, a produção industrial não deve crescer”, prevê.
Expectativas
Apesar da desaceleração da indústria, os empresários do setor continuam confiantes na demanda do mercado interno, no número de empregados e nas compras de matérias-primas para os próximos seis meses, embora esse otimismo esteja menor, diz a CNI.
As expectativas sobre a demanda recuaram de 61,9 para 61,3 pontos de junho para julho. O indicador de compra de matérias-primas diminuiu de 58,2 para 57,6 pontos e o de evolução do número de empregados foi de 54,2 a 53,2 pontos no período. Somente o índice de expectativas sobre as exportações ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos em julho, com 49,1 pontos, indicando pessimismo.
A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada de 1º a 16 de agosto com 1.892 empresas, das quais 988 são pequenas, 638 médias e 266 de grande porte.
Do G1