Segmento de fundição cresceu 7,7% no primeiro semestre
Alta está abaixo do desejado pela Abifa, associação que representa o setor
Nesta quarta-feira, 20, a Associação Brasileira de Fundição (Abifa) revelou o balanço dos seis meses iniciais deste ano: “A alta no primeiro semestre (ante igual período de 2010) foi de 7,7%. Não foi ruim, mas não estamos satisfeitos porque a produção está distante da nossa capacidade instalada”, afirma o presidente da entidade, Devanir Brichesi (no setor de ferro e aço, essa capacidade estaria em 80% e de no de alumínio, 70%).
“No início do ano, projetamos um crescimento de 10% para 2011. Para atingi-lo, teríamos de crescer 12% ao mês até o fim do ano, o que não ocorrerá”, diz Brichesi, que atribui a dificuldade de maior crescimento do setor “a ações governamentais que não andam”. “Estamos na expectativa, para não dizer agonia.”
Brichesi queixa-se da falta de posições mais claras em relação ao setor produtivo. “É preciso inibir ou criar dificuldades mais ‘ferozes’ às importações.” Segundo a Abifa, mais de 1 milhão de toneladas de fundidos foram importadas em 2010. Ele atribui a lentidão nas decisões à troca de governo e do ministério: “O próprio Pimentel (Fernando, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) já revelou desconforto em relação à falta de definição.”
O impasses estariam ligados às recentes denúncias de enriquecimento ilícito no governo Dilma Rousseff: “A presidente não sabe se salva os políticos ou a indústria.” Além de barreiras à importação, a Abifa pleiteia a redução de encargos trabalhistas: “O gasto com o INSS tem de ficar para o governo”, diz Brichesi. “Queria desonerar a folha em 20%.”
O setor aguarda para agosto um novo programa de governo, o Brasil Maior, a ser lançado pela presidente da República em agosto. O conjunto de medidas visa a melhorar a competitividade da indústria pela desoneração da folha de salários e revisão de regimes tributários especiais. Serão criados incentivos para setores em que ocorre esvaziamento da cadeia produtiva (o têxtil, por exemplo) e também para indústrias de tecnologia da informação e comunicação.
Da Automotive Business