Setor de fundição cresce 41% em 2010, mas não alcança o nível de 2008

O setor de fundição produziu 3,240 mihões de toneladas em 2010, segundo divulgou ontem a Associação Brasileira de Fundição (Abifa). O total representa crescimento de 41,1% em relação à 2009, mas ainda ficou 3,4 % abaixo de 2008, início da crise econômica global. Já no comparativo de janeiro de 2011 com o mesmo mês do ano passado, o aumento registrado foi de 12,9 %. – Em 2010, o ferro foi o material mais usado na produção, o equivalente a 2,724 milhões de toneladas, seguido do aço com 243,4 mil toneladas e do alumínio com 248,5 mil toneladas. “A intenção era nos recuperarmos em 95% em relação ao ápice dos reflexos da crise em 2009 e atingimos nosso objetivo”, disse o presidente da Abifa, Devanir Brichesi.

Para 2011, a previsão da associação é chegar a quantia total de 3.555 mil toneladas produzidas, atribuindo crescimento de 8,5 % para o ferro, 18 % para o aço e 10 % para não ferrosos, na maioria alumínio. A própria entidade admitiu que os dados anunciados são conservadores. “Nos baseamos em pesquisas feitas durante o fim de 2010 e recuamos um pouco nos indicativos apontados pelas indústrias, mas em certos aspectos os valores são arrojados”.

O presidente se referiu ao fato de que o setor automotivo, responsável pela compra de 50% do ferro feito no Brasil, tem perspectivas de expandir apenas 1 % este ano, o que demonstra, de acordo com ele, que os outros setores da indústria vão consumir peças fundidas. “A nova demanda está atrelada a todos os projetos voltados para a infraestrutura lançados recentemente, além dos pedidos tradicionais do mercado”, informou Brichesi ao explicar a ausência de valores exatos para cada tipo de metal.

Como exemplo, ele citou o caso do aço, cuja expectativa de aumento na produção em 2011 superou a do ferro. “Antes o setor automotivo puxava os segmentos de fundição, mas por conta das aquisições em infraestrutura e da recuperação da crise, o setor ferroviário aproveitará a oportunidade para se restabelecer dos maus resultados de 2009 e já fez encomendas de alto valor”, analisou ao aplicar a mesma situação à mineração, atendida diretamente pelas ferrovias. Brichesi, no entanto, desaprova as condições da fundição no País, “pois a capacidade instalada do Brasil poderia produzir muito mais que somente 250 mil peças fundidas por ano”. Na análise do empresário, a situação nacional é vergonhosa quando equiparada aos primeiros colocados em produção mundial.

Do DCI