Lavouras de feijão escravizavam 131 trabalhadores

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais libertou 131 trabalhadores que eram escravizados em lavouras de feijão. As autuações ocorreram nas fazendas São Miguel e Gado Bravo, nos municípios de Unaí e Buriti. Nenhum dos libertados tinha carteira assinada e os empregadores não concediam descanso semanal aos domingos.

A jornada de trabalho se estendia por dez horas, sem respeitar o intervalo para repouso e alimentação. Além disso, os trabalhadores recebiam por produção e gastavam a maior parte dos rendimentos numa cantina que fornecia mercadorias a preços mais altos que os praticados pelo mercado. Nas lavouras onde o trabalho era realizado, não havia água potável disponível. Sem alojamento adequado, os trabalhadores dormiam no chão.

O município de Unaí ficou nacionalmente conhecido em 28 de janeiro de 2004. Na ocasião, três auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram assassinados numa emboscada enquanto realizavam trabalhos de rotina.

Na última atualização da “lista suja” do trabalho escravo, o TEM incluiu 88 novos empregadores. Ao todo 220 infratores estão relacionados. A inclusão na “lista suja” dificulta a obtenção de crédito em instituições financeiras e empresas que assinam o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.

Da Radioagência NP, com informações do Repórter Brasil (Jorge Américo)