Microcrédito oferece oportunidade de crescimento para trabalhadores

Desde 2005, o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado realizou mais de quatro milhões de operações de crédito. Em volume de renda, os recursos empregados no programa foram de mais de R$ 4 bilhões

José de Lima Júnior trabalha com banho e tosa de cães na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, e precisava de novos equipamentos para seu negócio. O dinheiro veio do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), que, desde 2005, realizou mais de quatro milhões de operações de crédito. Em volume de renda, os recursos empregados no programa foram de mais de R$ 4 bilhões, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Com os novos equipamentos, José vai melhorar a qualidade do trabalho e ampliar o número de clientes. “Descobri que com o microcrédito seria possível aumentar meu negócio e ter mais qualidade de vida. Esse dinheiro vai ser importante, pois vai me ajudar a trabalhar melhor”, diz.

Assim como ele, milhões de trabalhadores de baixa renda possuem ou desejam abrir pequenos empreendimentos em todo o Brasil, mas, geralmente, não têm o perfil exigido pelas instituições de crédito tradicionais para conseguir um empréstimo. Com o Programa, os agentes de crédito são treinados e operam no local onde é executada a atividade econômica, o que significa que o dinheiro vai até o cliente.

“A melhor ação que o Estado pode realizar em uma comunidade é a aquela que traz cidadania, oportunidade e geração de renda”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, durante solenidade em que foram entregues certificados a novos agentes de crédito na Rocinha. Para o ministro, o Programa é fundamental para fazer o dinheiro chegar de uma forma mais fácil e barata ao cidadão.

Crédito – O valor máximo do empréstimo é de até R$ 15 mil, mas os números mostram que a média obtida não ultrapassa R$ 1,4 mil. As instituições habilitadas a emprestar o dinheiro utilizam o sistema de garantias solidárias, no qual o empréstimo é concedido individualmente para cada membro de um grupo, mas a responsabilidade pelo pagamento é coletiva, o que dá bons resultados. A taxa média de inadimplência não passa de 1%. Os recursos vêm dos depósitos especiais do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) mais a parcela de 2% dos depósitos a vista das instituições financeiras públicas e privadas.

Procura – Só no primeiro trimestre deste ano, foram movimentados mais de R$ 478 milhões em crédito, o que representa 33% da meta de 2009. Em 2008, os recursos liberados foram 42,8% acima da meta prevista. O número de clientes ativos em 2009 é de 672 mil este ano, 95% da meta. A maior parte deles é de trabalhadores informais, cerca de 96%. O comércio concentra 80% dos interessados. As mulheres representam 63% do total.

A região Sul do País concentra o maior número de agentes operadores e instituições conveniadas ao Microcrédito, com 134 postos. Logo depois vêm o Sudeste, com 64 instituições; Nordeste, 56; Norte, 16; e Centro-Oeste, 13.

Do Em Questão