“Os ajustes econômicos não podem desvalorizar a vida humana”, afirma OIT

O diretor da entidade afirmou que o trabalho em condições inseguras é "uma tragédia humana". "Grande parte desta tragédia, que a cada ano devasta milhões de trabalhadores, passa inadvertida: não se vê nem se ouve falar dela, apesar de que muito poderia ser feito para evitá-la", disse

Após as celebrações do Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, ocorrido no dia 28, o Diretor-Geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Juan Somavia, manifestou preocupação com relação às estratégias de ajuste e recuperação econômica, frisando que “não devem tomar caminhos frustrados que desvalorizem a vida humana e a segurança no lugar do trabalho.

O Diretor afirmou que o trabalho em condições inseguras é “uma tragédia humana”. “Grande parte desta tragédia, que a cada ano devasta milhões de trabalhadores, passa inadvertida: não se vê nem se ouve falar dela, apesar de que muito poderia ser feito para evitá-la”, disse.
 
1 milhão de vítimas

O Programa sobre Segurança e Saúde no Trabalho da OIT (SafeWork) estima que diariamente cerca de 1 milhão de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho e mais de 5.500 trabalhadores morrem devido a acidentes ou doenças profissionais.

Os funcionários de SafeWork expressaram, além disso, sua preocupação pelo impacto da atual crise econômica sobre a segurança e a saúde no trabalho.

“Espera-se que o número de acidentes, doenças e problemas de saúde relacionados com o local de trabalho aumente devido à atual crise econômica”, disse a Dra. Sameera Al-Tuwaijri, Diretora do Programa.

A OIT trata do tema da segurança e saúde no trabalho desde sua fundação em 1919 e as normas internacionais sobre segurança e saúde no trabalho figuram entre as primeiras a serem adotadas pela Organização. “Naquela época, como hoje em dia, a proteção dos trabalhadores contra as doenças, sejam ou não profissionais, e contra os acidentes de trabalho era um dos eixos do programa da OIT, além de ser uma prioridade na elaboração de normas e outros meios de ação”, acrescentou Somavia.

Ele ainda afirmou que a segurança e a saúde no trabalho constituem um direito humano e são partes integrantes do programa para um desenvolvimento centrado nas pessoas. “Supõe-se que o trabalho deveria facilitar a vida e não tirá-la. O trabalho decente significa também um trabalho sem riscos”, concluiu.

Da Agência FEM com informações da OIT