Lucro cresce 31% em um ano nos três maiores bancos privados

Até agora imunes ao ambiente macroeconômico que consideram desfavorável em suas análises, os três maiores bancos privados do país – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander – lucraram R$ 9,2 bilhões no segundo trimestre deste ano. Esse valor supera em 30,9% o lucro de igual período de 2013 e em 9,8% o do primeiro trimestre.

A expansão mais modesta do crédito levou os bancos a buscar outras estratégias para obter resultados que superaram as previsões dos analistas mais otimistas: maior controle da capacidade de pagamento dos tomadores de crédito, remarcação de preços, vendas de mais produtos e contenção de gastos administrativos.

Em 12 meses, o estoque de empréstimos dos três bancos alcançou R$ 969,9 bilhões, com crescimento de 7,4%. No trimestre, a variação foi de 0,98%. Em ambos os casos, os grandes bancos privados ficaram abaixo da variação média do sistema financeiro nacional. Segundo o Banco Central, o crédito no país avançou 11,8% no ano e 2,5% em três meses.

Importante aliado dos bancos foi o controle da qualidade dos ativos. As despesas de Itaú, Bradesco e Santander com créditos de má qualidade caíram 8,5% em um ano, para R$ 11,1 bilhões.

Há mais de dois anos os bancos passaram a adotar modelos de risco mais rigorosos na análise de pedidos de empréstimo. Também passaram a dar preferência a modalidades como o crédito consignado, cujo desconto do pagamento se dá direto na folha de salários, e o financiamento imobiliário, que tem a garantia da casa comprada.

Até as atividades com tesouraria voltaram a ter destaque nos balanços, após terem sido abaladas por diversos trimestres pelos cortes na taxa básica de juros.

Do Valor Econômico