Cesta básica dribla inflação com queda real de 6,96% em janeiro
A cesta básica na região está 2% mais barata do que há um ano. Nesta semana, a Craisa (Companhia de Abastecimento Integrado de Santo André) apurou que o grupo ponderado de 34 produtos nos supermercados custa, em média, R$ 422,64. Em valores monetários, o custo do pacote de itens de primeira necessidade está R$ 8,41 menor ante a última semana de janeiro do ano passado. Descontando a inflação do período, o grupo de produtos teve queda real no preço de 6,96%.
“É o aumento do poder de compra das famílias que compram esses bens”, destacouo vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, José Dutra Sobrinho, que também é professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa).
O Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), por meio de seu recorte aos consumidores, indicou que a inflação para as famílias com renda entre um e 33 salários-mínimos (R$ 724 a R$ 23.892,00) atingiu 5,39% em 12 meses encerrados neste mês.
Dutra Sobrinho calculou, portanto, que a cesta básica do Grande ABC custaria R$ 454,28 se acompanhasse a inflação, e não R$ 422,64. Diferença de R$ 31,64. Isso porque o preço médio do conjunto em janeiro de 2013, segundo a Craisa, era de R$ 431,05. “Além de não acompanhar a inflação, o preço diminuiu. Isso é muito positivo”, avaliou.
Prod – A maior deflação na comparação anual se concentrou no pacote de um quilo de feijão. O preço caiu 41,2%, de R$ 4,20 para R$ 2,47.
“Neste ano, a umidade está menor. No ano passado, em janeiro, esse fator climático afetou a oferta, tendo em vista que os feijões podem mofar por causa da armazenagem (o que gerou perda de produto e elevou o preço)”, explicou o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto.
O quilo da batata teve a segunda maior queda no preço, de 26,5%, e passou de R$ 3,38 para R$ 2,39. Além da flutuação normal do preço do produto vista ano a ano, que passou de R$ 1,82, em 2012, para R$ 3,38, em 2013, alta de 85%, as fortes chuvas no início do ano passado prejudicaram o cultivo e a logística do produto, o que o deixou mais caro, apontou Benedetto.
Por outro lado, o pacote de meio quilo de farinha de trigo inflacionou 45,4%, devido ao aumento do dólar e de problemas com a safra argentina, de onde provém boa parte do item consumido por aqui.
Do Diário do Grande ABC