Brasil ocupa segundo lugar em ranking de empregos em energia renovável

O Brasil é um dos líderes do ranking global de empregos no setor de energia renovável, segundo o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), publicado nesta semana, ficando atrás apenas da China. O “Renewable Energy and Jobs”, primeiro estudo global nesta área, destacou que em todo mundo, cerca de 5,7 milhões de pessoas atuavam no setor, direto ou indiretamente, em 2012.

De acordo com os dados publicados, 14% destes postos de trabalho estão concentrados no Brasil. A grande maioria dos empregos no país está na área de biocombustíveis, onde foram registrados 804 mil postos de trabalho, o que representa 58% do total de empregos nesta área. A outra parte está na fonte eólica. Os 833 mil empregos garantiram ao país o segundo lugar no ranking.

Um em  cada três empregos do ranking estão na líder China. Ou seja, um total de 1,74 milhão de pessoas trabalham com energia renovável, a maioria em aquecimento solar. Os Estados Unidos concentram a terceira maior força de trabalho do mundo de energia renovável, com cerca de 621 mil.

Com relação às fontes, a pesquisa destaca que biocombustíveis e energia solar dominam a empregabilidade do setor, com cerca de 1,4 milhão cada em 2012, segundo o Irena. Os empregos da fonte solar aumentou 13 vezes entre 2007 e 2012, ultrapassando o crescimento na indústria eólica. Todavia, a fonte eólica empregava cerca de 750 mil pessoas em 2012, mais do que o dobro ao longo dos cinco anos.

Para um dos responsáveis pela elaboração do material, Rabia Ferroukhi, essa pesquisa traz um conhecimento importante, que contribuir para os investimentos globais no setor. “O relatório ajuda a preencher uma lacuna de conhecimento em termos de trabalho específico de análise e evidências empíricas em uma escala global, o que até então tem sido limitada”, afirmou.

Segundo o Irena, países como China, Índia e Brasil têm experimentado um aumento considerável em seus setores de energias renováveis ao longo dos últimos anos, mas a informação detalhada sobre a empregabilidade nesta área continua a ser limitada. “Nosso relatório cria uma maior compreensão de como a energia renovável gera empregos e riqueza. É um grande avanço para as escolhas políticas nesta importante área”, explicou Ferroukhi, principal autor do relatório.

Perspectivas futuras
O relatório aponta que até 2030, podem ser adicionados mais 11 milhões de novos postos de trabalhos. A quantidade de empregos em energias renováveis reflete as mudanças regionais na fabricação do setor, o realinhamento da indústria, a crescente concorrência de exportação e as mudanças políticas, conclui o relatório.

O Irena projeta que a bioenergia levará ao crescimento dos empregos no setor, acrescentando 9,7 milhões de pessoas para até 2030, se as políticas de apoio à fonte forem colocadas em prática. No entanto, a pesquisa aponta que a energia eólica poderá adicionar 2,1 milhões de postos de trabalho a nível global. Já a energia solar acrescentará 2 milhões.

“Em todo o mundo, os governantes estão buscando tecnologias em energias renováveis, não só para uma maior segurança energética ou ambiental, mas também para os benefícios socioeconômicos que geram”, observa o relatório. A publicação acrescenta ainda que “o setor de energia renovável tornou-se um empregador importante, com o potencial para a adição de milhões de empregos em todo o mundo nos próximos anos”.

O relatório apresenta ainda uma série de recomendações para fortalecer a futura criação de empregos no setor, incluindo uma combinação de políticas específicas adaptadas às condições e prioridades de cada país, a educação voltada para o futuro da energia renovável e as políticas de formação para a criação de empregos, de modo a estimular o crescimento das economias rurais.

Do Jornal GGN